4 tecnologias do nosso dia a dia que são muito Black Mirror

A série Black Mirror, da Netflix, fez muito sucesso falando de novas tecnologias que mudariam totalmente as nossas vidas. Quais delas serão verdadeiras?

A série britânica “Black Mirror”, da Netflix, virou um sucesso mundial assim que estreou, em 2011. Em cinco temporadas (e um episódio interativo), essa distopia futurista mostrou diversas tecnologias avançadas e como elas mudariam o nosso comportamento. E plantou uma dúvida na cabeça de muitos espectadores: será que a ficção está muito distante da nossa realidade?

Os episódios trazem histórias independentes, nas quais os personagens convivem com novidades tecnológicas nas mais diferentes áreas da vida e no dia a dia: que os ajudam a melhorar de vida, ter mais aceitação social, esquecer memórias tristes, se conectar com pessoas amadas, mudar de rumo e até ganhar disputas… e muito mais.

E viver em 2021, já pode ser considerado muito ‘Black Mirror’?

Talvez, afinal algumas dessas inovações viraram realidade e estão entre nós. Parece que a frase “isso é muito ‘Black Mirror’”, popular entre os fãs, nunca fez tanto sentido. “De certa forma, um pouquinho de cada uma já faz parte da realidade, algumas distantes do que acontece na série, mas de alguma forma reais”, comenta Thiago Silva, diretor de Inovação do iFood.

Aqui vai uma lista de quatro tecnologias que saíram das telas para a vida real (atenção: contém spoiler).

Casas inteligentes (S02 E04)

Imagine chegar em casa e encontrar um sistema que te ajuda com praticamente todas as tarefas. Os Jetsons previram e “Black Mirror” materializou… O episódio mostra com detalhes como seria a tal casa inteligente: desde preparar o café da manhã até abrir a porta, a “casa” conversa com os moradores e até toma decisões importantes por eles na vida #medo

Esse recurso tecnológico, abordado no episódio “White Christmas” (Natal Branco), e também em “Mr. Robot”, outra série famosa sobre tecnologia, já está presente no Brasil. A Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial) estima que em 2020 existiam entre 1,4 milhão e 3,2 milhões de casas inteligentes no Brasil.

“Acredito que casas inteligentes sejam o futuro mais próximo. Hoje já é possível controlar iluminação e aparelhos eletrônicos somente com a voz ou mesmo com rotinas específicas”, comenta Thiago.

Nos Estados Unidos cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) desenvolveram, em 2016, uma inteligência artificial capaz de interagir com humanos e perceber suas emoções para mudar o ambiente, como a série mostra.

Selo de “Isso é muito Black Mirror” conquistado.

Conversa com robôs (S02 E01)

No episódio “Be Right Back”, uma jovem mulher que perdeu o marido em um acidente de carro usa a tecnologia para continuar conversando com o falecido por meio de um chat. Quem poderia imaginar ser possível conversar com um robô tão parecido com uma pessoa na forma de se comunicar?

Hoje isso praticamente faz parte do nosso cotidiano: os chatbots, recursos que são configurados para interagir com os usuários, estimulam a conversa como se fossem uma pessoa real. E são usados por várias empresas para resolver problemas, enviar documentos e disponibilizar dados, entre muitas outras funções.

“Estamos avançando muito na frente de chatbots para atender o cliente de forma humanizada e rápida, que é um dos pilares do iFood”, revela o diretor de Inovação do iFood.. “Além disso, testamos neste ano nossa própria assistente pessoal para ajudar clientes a escolher o que comer. É como se realmente estivessem conversando com alguém.” O uso da inteligência artificial no campo da logística também é realidade no dia a dia do iFood.

A engenheira russa Eugenia Kuyda foi além: ela criou o aplicativo Luka, que armazenou mensagens e até posts das redes sociais de seu amigo falecido, Roman Mazurenko em um banco de dados.

Esse banco, por sua vez, alimenta a inteligência artificial, e assim é possível “conversar” com alguém que não está mais entre nós. De forma “humanizada tecnologicamente”, a inteligência artificial reproduz o jeito, as gírias e outras características particulares da comunicação dessa pessoa para promover o bate-papo. “Se você quer ter uma experiência assustadora em relação a trazer pessoas amadas de volta, experimente o app Replika”, provoca Thiago.

Isso é muito Black Mirror ou não? 

Lentes de contato com realidade aumentada (S01 E03)

Em “Black Mirror”, vários episódios colocam os olhos no foco das tecnologias, como em “The Entire History of You” (A sua história completa). Na série, os olhos são capazes de filmar, fotografar ou reproduzir cenas apenas para o personagem, além de exibir informações específicas sobre pessoas ao seu redor.

No mundo real, a Samsung já registrou, em 2016, uma patente para produzir lentes com microcâmeras que permitam uma experiência de realidade aumentada. O recurso seria integrado à conexão Wi-Fi e controlado por smartphone.

“Dá para considerar que o Ray-Ban lançado em conjunto com o Facebook com câmeras para gravar vídeos seja uma forma interessante de guardar momentos especiais”, completa Thiago.

Dá pra enxergar a semelhança com a série?

Apagando as lembranças (S02 E02)

Apagar as lembranças de algo indesejado é uma utopia desejada por muitas pessoas –e o argumento do filme “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Na série “Black Mirror”, a memória é protagonista em episódios diferentes, e é muito bem explorada no episódio “White Bear” (Urso Branco).

A protagonista da história vive seu dia sem memórias, em um cenário de exploração no formato reality show. Apesar de ainda não ser possível apagar a memória de seres humanos, cientistas fizeram com que ratos esquecessem memórias tristes manipulando a acetilcolina, um neurotransmissor descoberto em 1921.

Ta aí uma das discussões mais polêmicas que a série traz: será que vale a pena escolher esquecer alguma memória?

O iFood também é “Black Mirror”? 👀

O uso de drones e robôs para facilitar a vida também já está virando realidade no iFood, confira:

Robô ADA

Desde agosto de 2021, a robô ADA funciona em horário comercial no Shopping Iguatemi Ribeirão Preto (SP). Ao receber um pedido via aplicativo do iFood, a ADA vai até o restaurante indicado, retira o pedido e deixa a comida no ponto de encontro. De lá, um mensageiro entrega a refeição no iFood Hub do shopping, de onde ele é recolhido pelo entregador.

Drones

Em parceria com a SpeedBird Aero, o iFood testou a entrega aérea usando um drone para percorrer uma rota de 400 m no Shopping Iguatemi, em Campinas (SP). Caso o trajeto fosse percorrido a pé, levaria 12 minutos. Pelo ar, bastam dois minutos até a encomenda chegar ao ponto de encontro dos entregadores, que fazem o restante do trajeto.

“Estamos testando entregas feitas por drones e robôs que realizam rotas pouco rentáveis para nossos entregadores, seja por atravessar um longo caminho a pé ou por ser uma distância tão grande”, diz Thiago.

E aí? Isso também é muito Black Mirror?

Como funcionam as entregas com drone

1 – As entregas acontecem após os operadores receberem o Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) da ANAC.

2 – Com a autorização, já é possível selecionar um ponto de pouso e decolagem do equipamento.

3 – O drone leva o produto do local especificado até o ponto de retirada.

4 – A partir deste ponto, o entregador segue com pedido nos modais tradicionais (moto, bicicleta ou patinete) e transporta até a casa do cliente ou quaisquer locais em que ele estiver.

5 – Com a entrega realizada, basta pegar os talheres e aproveitar o pedido.

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