Califórnia adota lei severa contra a poluição plástica

A Califórnia aprovou a lei mais severa dos Estados Unidos para reduzir a poluição causada por embalagens de plástico; saiba o que a nova legislação propõe.

Nos Estados Unidos, a Califórnia tomou a dianteira em iniciativas para reduzir a poluição plástica. Uma nova lei (SB 54) exige que todas as embalagens produzidas no estado sejam recicláveis ou compostáveis até 2032, informa o The New York Times —o jornal considera essa a restrição mais abrangente do país em relação aos plásticos.

Nos próximos dez anos, qualquer produto vendido, distribuído ou importado deverá reduzir em 25% o uso de plásticos descartáveis em sua embalagem —e 65% das que são de uso único deverão ser recicladas. Para isso, as empresas fabricantes terão que promover mudanças e construir uma infraestrutura adequada de reciclagem.

Essa nova legislação, portanto, transfere a responsabilidade dos consumidores para a indústria de plásticos. Até 2032, US$ 5 bilhões serão arrecadados de membros da indústria e aplicados nos esforços para reduzir a poluição plástica e apoiar as comunidades prejudicadas por esse tipo de resíduo.

As metas de reciclagem são gradativas: até 1º de janeiro de 2028, as empresas terão de reciclar ao menos 30% dos plásticos de uso único produzidos; em 2030, o percentual aumenta para 40%, e deve chegar a 65% em 2032. As empresas que não cumprirem os objetivos serão multadas em US$ 50 mil por dia. 

Para se adequar à nova lei, as companhias terão também de repensar o design das embalagens, uma vez que corantes e etiquetas adesivas podem inviabilizar a reciclagem dos recipientes de plástico. Segundo o Input, algumas marcas de beleza já deixaram de doar amostras grátis, e outras estão oferecendo incentivos para que os consumidores reabasteçam produtos usando a mesma embalagem.

O tamanho do lixo plástico

A iniciativa da Califórnia é importante porque plásticos são feitos de combustíveis fósseis —e a indústria de plásticos deve consumir 20% do petróleo produzido no mundo até 2050, segundo o The New York Times. 

Atualmente, o mundo produz 400 milhões de toneladas de plástico por ano, das quais menos de 10% são recicladas, de acordo com a Organização das Nações Unidas, que considera preocupante a adoção de produtos plásticos de uso único.

As embalagens são o destino de mais de um terço (36%) do plástico produzido no planeta, incluindo as de uso único para recipientes de alimentos e bebidas, que compõem a maioria (85%) do lixo que vai parar em aterros sanitários ou vira resíduo não regulamentado, de acordo com a ONU.

Uma causa também do iFood

Zerar a poluição plástica em suas operações, até 2025, é um dos pilares do iFood Regenera, o plano de impacto ambiental positivo do iFood. Para cumprir essa meta, a empresa tem atuado em diferentes frentes estratégicas.

Por um lado, criou ações que permitem reduzir o uso do plástico nas entregas, especialmente talheres e canudos. Desde 2021, considerando apenas os pedidos que o consumidor responde “não preciso desses itens”, cerca de 510 toneladas de plásticos deixaram de circular, já que mais de 200 milhões pedidos foram entregues sem itens plásticos de uso único.

Além disso, a empresa tem investido em parcerias para desenvolver embalagens sustentáveis e incentivar a cadeia da reciclagem —desde os consumidores até as cooperativas.

Quer mais sobre essas iniciativas? Clique aqui.

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