Com nova lei, Holanda quer garantir direito ao trabalho remoto

Funcionários vão poder escolher se querem trabalhar de casa, e empregadores terão que justificar a recusa se a medida for aprovada no Senado

A partir de janeiro de 2023, o trabalho remoto pode se tornar um direito garantido por lei na Holanda —que, então, se tornará um dos primeiros países do mundo a permitir que as pessoas escolham o home office, informa o Você RH.

A proposta, apresentada em julho pelos políticos Steven van Weyenberg, do Partido Democratas 66, e Senna Maatoug, do Partido Verde, já foi aprovada pelo parlamento holandês. Agora, segue para aprovação no Senado.

Se implementada, a medida prevê que funcionários de companhias com dez ou mais empregados possam requerer a mudança para o modelo de trabalho à distância, caso a função exercida pela pessoa permita o trabalho remoto. 

Mesmo antes da pandemia da Covid-19, que impulsionou empresas de todo o mundo a implementar o modelo remoto ou híbrido, a Holanda já tinha 14% da força de trabalho do país em home office. Isso porque, em 2016, o país colocou em vigor a Lei do Trabalho Flexível, que permitia os profissionais a solicitar a mudança para o modelo remoto.

A grande mudança com a nova medida (que é, na verdade, uma emenda a essa lei) é que, se aprovada, os empregadores serão obrigados a justificar por escrito seus motivos para recusar esse tipo de solicitação.

“Tivemos sinal verde para a aprovação dessa medida graças ao apoio que recebemos tanto dos empregados como dos sindicatos”, explica Weyenberg, em entrevista à Bloomberg.

Melhores países para o trabalho remoto

Neste ano, a Nordlayer, uma empresa de software de segurança cibernética, divulgou um relatório com o ranking dos melhores países para o trabalho remoto em 2022. Entre os critérios de avaliação, estão cibersegurança, condições sociais e econômicas, infraestrutura digital e física e políticas para o combate à Covid-19.

No ranking, a Holanda aparece em 6º lugar, atrás de Alemanha (1º), Dinamarca (2º), Estados Unidos (3º), Espanha (4º) e Lituânia (5º). O Brasil ocupa a 51ª posição entre os 66 países avaliados.

Em relação à legislação trabalhista, a Holanda pode ser um exemplo para outros países no que diz respeito aos direitos do trabalhador, informa a Superinteressante. Além de garantir o direito ao home office, o país exige que empregadores garantam a saúde dos funcionários, provendo um ambiente de trabalho adequado, com cadeira ergométrica, mesa de escritório e outros equipamentos necessários para o exercício da função profissional.

Esse direito é regulamentado por meio de visitas regulares ao ambiente escolhido pelos funcionários, acompanhadas de um especialista em saúde e segurança do trabalho, que deve atestar se o local cumpre as obrigações previstas em lei.

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