Conheça os países com saldo positivo no reflorestamento 

Nos anos 2000, 36 países plantaram mais árvores do que perderam; saiba quais são eles e por que o Brasil não está na lista

Estudo aponta os 36 que mais ganharam do que perderam árvores nos anos 2000; Brasil não figura na lista

Em meio a tantas notícias sobre desmatamento e queimadas devido ao aquecimento global, brota uma pequena boa nova: um em cada cinco países no mundo conseguiram ganhar mais árvores do que perder nas duas primeiras décadas dos anos 2000.

É o que mostra o World Resources Institute (WRI), ONG ambientalista sediada nos Estados Unidos, a partir de dados de um estudo feito por cientistas da Universidade de Maryland (EUA) e do próprio WRI usando arquivos do Landsat, programa de satélites de observação da Terra.

Segundo esses dados, 36 países registraram um saldo positivo na balança entre a quantidade de árvores perdidas e as plantadas nos anos 2000. É pouco, é verdade, mas já é uma maneira de saber que dá para quantificar o reflorestamento.

O Uruguai é o único país de todo o continente americano presente nesta lista. Os demais países que estão mais ganhando árvores do que perdendo são: 

Argélia; China; Bangladesh; Bielorrússia; Bósnia Herzegovina; Cazaquistão, Coreia do Norte; Bulgária; Dinamarca; Holanda; Hungria; Índia; Irã; Irlanda; Lituânia; Marrocos; Moldávia; Nepal; Paquistão; Polônia; Reino Unido; Romênia; Sérvia; Sudão; Sudão do Sul; Tajiquistão; Turquia; Ucrânia e Uzbequistão.

O Brasil não figura nessa relação. Entre 2000 e 2018, segundo relato do jornal  Estado de Minas baseado na pesquisa Uso da Terra nos Biomas Brasileiros, divulgada pelo IBGE em 2020, perdemos uma área correspondente à da Espanha em florestas. Amazônia e Cerrado foram os biomas que mais sofreram com a ação do desmatamento, correspondendo a 90% de toda a destruição, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na Amazônia, 18 árvores foram derrubadas a cada segundo ao longo de 2021, mostra reportagem da Folha de S.Paulo sobre os números do Relatório Anual de Desmatamento (RAD), do projeto MapBiomas. Com isso, o Brasil perdeu 189 hectares de vegetação nativa por hora, totalizando 16,5 mil km² de desmate no ano (três vezes a área do Distrito Federal). 

Saldo levemente positivo

De acordo com a WRI, a conta tem um leve saldo positivo. Toda a área recuperada em 20 anos chega a 130,9 milhões de hectares —maior do que o Peru. No mesmo período, o mundo perdeu 100 milhões de hectares. Estados Unidos, Canadá e Rússia juntos registraram mais da metade do ganho de novas árvores (68 milhões de hectares), mas devastaram tanto que o saldo deles ficou negativo. 

As novas árvores, segundo a publicação, não compensam a perda de florestas antigas e ricas em carbono. As mais velhas armazenam carbono de forma diferente, sem contar que para a vida selvagem vale mais a sua antiga morada do que uma recém-plantada.

Mas, na impossibilidade de preservar o que já está de pé, é melhor incentivar o reflorestamento (ainda que natural) do que deixar como está. Outro estudo, conduzido pela WRI em parceria com outras instituições em 2020, mostrou que permitir que as florestas se recuperem sozinhas em áreas previamente degradadas tem o potencial de absorver 8,9 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera até 2050, o equivalente a 23% das emissões anuais.

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