O que é economia de baixo carbono? Conheça seus 7 princípios

Saiba o que significa esse conceito e como vem sendo aplicado no Brasil

A economia de baixo carbono vem sendo discutida há pelo menos duas décadas quando se  fala em mudanças climáticas. Por outro lado, pouco tem sido feito para cumprir as metas de carbono zero

O Brasil, no entanto, é referência em economia de baixo carbono, por ter uma matriz energética renovável que coloca o país em relação vantajosa na comparação com diversos países. 

Neste guia, vamos explicar o que é a economia de baixo carbono, qual é a sua importância, seus princípios e quais os caminhos para se alcançar essa meta no Brasil. 

O que é economia de baixo carbono?

O termo “Economia de Baixo Carbono” aparece pela primeira vez no documento “Nosso Futuro Energético – criando uma economia de baixo carbono”, de 2003, do Departamento Britânico de Comércio e Indústria. 

Essa economia é baseada em tecnologias limpas e sistemas inovadores que visam a reduzir ou zerar a emissão de gases do efeito estufa (GEE), na atmosfera.  

Nesse sentido, o movimento de transição para economia de baixo carbono exige que os países tenham políticas de transição e diversificação econômica inclusivas e abrangentes. 

Isso significa que além de preservar o meio ambiente e ajudar a reverter o aquecimento global, esse modelo pode trazer novas oportunidades de trabalho e renda. 

Quais são os princípios da economia de baixo carbono?

Esse conceito se baseia em sete princípios, de acordo com o relatório Sete Princípios para Realizar a Transição Justa da Economia de Baixo Carbono, do Stockholm Environment Institute.

Esses princípios são a base de uma mudança justa e ampla para uma economia de baixo carbono, de modo a garantir proteção ambiental, diversificação de atividades econômicas e combate a desigualdades socioeconômicas e de gênero. 

São eles: 

  • Encorajar ativamente a descarbonização; 
  • Evitar mais investimentos em indústrias intensivas em carbono; 
  • Dar suporte a regiões afetadas, porém historicamente pouco responsáveis pelas emissões globais, menos capazes de investimento; 
  • Apoiar trabalhadores, suas famílias e comunidades afetados por fechamentos de indústrias e fábricas; 
  • “Limpar” danos ambientais, garantindo que os custos relacionados a essa limpeza não sejam transferidos do setor público para o privado; 
  • Ter como objetivo na transição para a economia de baixo carbono a igualdade social e o empoderamento de grupos sociais vulneráveis; 
  • Garantir um ambiente inclusivo, com amplo diálogo social, e um plano de desenvolvimento transparente, com apoio financeiro e tecnológico internacional. 

Economia de baixo carbono no Brasil

A economia de baixo carbono no Brasil tem destaque internacional, especialmente no setor agropecuário, como mostra este estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). 

A expansão da produção agropecuária com tecnologias e práticas sustentáveis alcançou 154% da meta fixada pelo Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação da Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). 

Apesar de não haver um marco legal da economia de baixo carbono no País, existem compromissos com o clima, como o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) e o Sistema de Estimativa de Emissões e Reduções de Gases do Efeito Estufa.

O Brasil também se destaca por ter uma matriz energética limpa. Em 2020, 84,8% da oferta interna de energia elétrica do país foi de fontes renováveis, em especial a hidráulica. 

Qual é a importância das empresas emitirem menos carbono?

É importante que as empresas reduzam ou zerem a emissão de carbono em suas operações, pois as atividades emissoras de GEE são as principais responsáveis pelo aquecimento global. 

As atividades emissoras de GEE envolvem queima de carvão, petróleo, gás, desmatamento, uso de equipamentos e produtos com gases fluorados e fertilizantes com nitrogênio. 

Entre 2015 e 2022, o aumento da temperatura média global dos oceanos e da atmosfera foi o maior já registrado desde 1880, o que tem colocado o mundo em alerta. 

Além das altas temperaturas, secas, inundações, ondas de calor, geleiras, nível do mar recorde, calor nos oceanos afetam comunidades, causando prejuízos econômicos. 

Caminhos para uma economia de baixo carbono no Brasil

Segundo o relatório Economia de Carbono: Para um Futuro Sustentável,  os caminhos para uma economia de baixo carbono no Brasil envolvem a transição energética, mercado de carbono, economia circular e conversação florestal. 

A transição energética diz respeito às mudanças do uso de combustíveis fósseis para o uso de fontes de energia renováveis e limpa, como energia elétrica e solar. 

Já o mercado de carbono trabalha com a precificação e a compensação das emissões de carbono por meio da aquisição de créditos de carbono para diversos setores da economia. 

A economia circular é uma forma de pensar o consumo e a produção com objetivo de reduzir o impacto deles no meio ambiente, seja por meio da reciclagem, reúso e reutilização. 

A conservação e restauração florestal são de extrema importância, pois essas duas medidas podem eliminar bilhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente no mundo todo. 

Qual é a importância da transição energética na economia de baixo carbono?

Um dos pilares dessa economia, a transição energética é de extrema importância para reduzir e até mesmo zerar as emissões de GEE na atmosfera. 

A transição energética acontece quando há mudança na matriz energética de uma determinada atividade. Ou seja, a fonte de energia passa a ser renovável e limpa. 

Um exemplo é a troca de fontes não renováveis, como o petróleo, que vem de combustíveis fósseis, para uma fonte renovável, como a solar, eólica ou hídrica. 

Outras formas de promover a transição energética dentro da economia de baixo carbono são incentivar o uso de biocombustíveis e promover a recuperação e eficiência energéticas.  

Quais são os desafios para neutralizar as emissões de carbono?

Os principais desafios para neutralizar as emissões de carbono têm a ver com o estabelecimento e cumprimento de metas. 

Segundo estudo da Universidade de Oxford, apenas 19% de um total de 4 mil entidades dos 25 países com maior emissão assumiram compromissos com as metas do Net Zero.

O Net Zero é um esforço global para a redução das emissões de gases do efeito estufa para o mais próximo de zero emissão.  

Segundo a Organização das Nações Unidas, os compromissos assumidos pelos governos estão longe do necessário para neutralizar as emissões e contenção do aquecimento global. 

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