Embalagem de palha de milho substitui a de plástico no iFood

Em parceria com a fabricante growPack, empresa projeta distribuir 500 mil unidades dessa embalagem biodegradável no delivery até agosto de 2023

Um resíduo agrícola tradicionalmente pouco aproveitado virou um aliado para diminuir a poluição plástica no delivery. Em parceria com growPack, o iFood está colocando em circulação, até agosto de 2023, 500 mil unidades da embalagem de palha de milho desenvolvida pela fabricante, uma tecnologia 100% nacional.

A adoção dessas embalagens biodegradáveis e 100% compostáveis vai ao encontro do compromisso público assumido pelo iFood em 2021 de reduzir a poluição gerada pelo uso de plástico no delivery.

A parceria com a growPack começou em 2019, quando as duas empresas identificaram um propósito de sustentabilidade em comum. “Com a pandemia, desaceleramos as conversas e, em 2021, voltamos a montar um modelo de negócio entre as empresas”, conta Alexandre Lima, gerente de sustentabilidade do iFood.

Em 2022, as parceiras desenvolveram o primeiro molde e testaram a embalagem de palha de milho, que foi fornecida a restaurantes parceiros do iFood na cidade de Campinas (São Paulo).

“Testamos e colhemos ótimos feedbacks. Fizemos, então, um investimento de mais de R$ 500 mil para, em 2023, focarmos na ampliação das ações comerciais do time da fabricante e desenvolvermos novos moldes, para outros tipos de culinária”, conclui Alexandre.

Em dezembro de 2022, a embalagem de palha de milho passou a ser usada também em alguns restaurantes de Fortaleza (Ceará). “Queremos chegar a 500 mil unidades até agosto de 2023, aumentando também o número de restaurantes usuários”, estima Exequiel Bunge Berg, CEO e fundador da growPack.

Produção sustentável de embalagens

Por sinal, a sustentabilidade das embalagens da growPack não está apenas na redução da quantidade de plástico no delivery —estende-se também ao processo de produção na fábrica, que fica em Vinhedo (São Paulo). 

“A transformação da matéria-prima no biomaterial que compõe a embalagem é feita por processos termomecânicos que não utilizam químicos. Além disso, priorizam um uso eficaz de água e a redução de emissões de gases de efeito estufa”, explica Exequiel. “Geramos valor local e social na cadeia produtiva.”

Agora, a empresa trabalha para ganhar escala. “Como acontece em geral com as tecnologias emergentes da bioeconomia, é preciso competir com produtos e infraestruturas produtivas já muito amadurecidas, como plástico e alumínio”, afirma o CEO da growPack.

Para isso, uma das metas da empresa é baixar os custos de produção e reduzir o preço das embalagens para os restaurantes. “Atualmente, nosso preço está bem pouco acima do plástico PP [polipropileno], mas o isopor é muito mais barato”, dimensiona Exequiel. “Pretendemos nos situar entre os dois.”

Crescendo com o iFood

Para a growPack, a ampliação de mercado inclui ainda a diversificação de formatos de embalagem. Hoje há um em uso, mas outros cinco estão em fase de desenvolvimento e devem estar no mercado nos próximos meses.

Dois pontos que se destacam no movimento de expansão, de acordo com Exequiel, são o da educação dos consumidores para o uso da embalagem sustentável e o da demonstração para os restaurantes de que a sustentabilidade é rentável.

Na estratégia projetada pela growPack, a parceria com o iFood é considerada fundamental. “Nosso objetivo é chegar às mesas de todos os brasileiros, e o meio preferido para viabilizar esse mapa de crescimento é o iFood”, afirma. As embalagens da growPack já estão disponíveis na plataforma iFood Shop, que oferece as melhores opções em fornecedores para os restaurantes parceiros.

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