Fabricio Bloisi: 5 lições que aprendi em Harvard

O presidente do iFood compartilha com empreendedores cinco reflexões sobre como criar uma empresa de sucesso na Nova Economia

Há cerca de dois anos, Fabricio Bloisi, presidente do iFood, começou a fazer um curso de administração na Universidade Harvard (Estados Unidos) voltado especificamente para fundadores e CEOs de empresas da Nova Economia —o programa Owner/President Management.

A partir dessa experiência, Fabricio trouxe reflexões sobre temas como gestão de pessoas, a importância de criar uma cultura empresarial forte e o papel da liderança para a melhoria de resultados. Ele compartilha com o iFood News as cinco lições que aprendeu em Harvard para inspirar os empreendedores.

As pessoas são o segredo do sucesso

O primeiro ensinamento citado por Fabricio é sobre a influência das pessoas no sucesso da empresa. “Se eu tomo decisões boas relacionadas às pessoas, selecionando pessoas boas, desenvolvendo-as, investindo nelas, dando espaço para pessoas certas, essa é a melhor forma de prever se a organização vai dar certo ou dar errado”, diz.

Para ele, algumas empresas pecam no uso de ferramentas para fazer uma correta gestão de pessoas. “A gente deveria estar usando ferramentas automatizadas para melhorar a nossa gestão de pessoas. E não fazemos isso. Por isso, invista em ferramentas para conseguir mais informações para saber onde a organização está errando ou acertando com as pessoas”, disse. 

Liderança conta mais do que fatores externos

Não são apenas os fatores externos que influenciam a performance de uma empresa. Fabricio aponta uma pesquisa realizada em Harvard que mostra que é possível identificar o desempenho do negócio a partir de sua maturidade em relação a temas como investimento em pessoas, gerenciamento da cultura da organização e a qualidade da liderança. “Todo mundo tem que investir muito mais em liderança e cultura e culpar menos as condições macroeconômicas ou o desempenho do setor”, disse.

Ele cita como características comuns a empresas com boa performance:

  • Estratégia bem definida e comunicada;
  • Execução que sempre atenda às expectativas dos clientes;
  • Cultura de alta performance e valores fortes;
  • Estrutura que simplifique o trabalho na empresa com seus pares e na organização com as outras áreas da empresa.

Aprenda com as empresas inovadoras 

Com a cultura das empresas inovadoras, é possível aprender a ser mais flexível (sem deixar de lado a responsabilidade) e a ter mais tolerância com os erros. “É fazer projetos curtos, atuar de forma ágil e garantir que os erros sejam resolvidos rapidamente, gastando pouco dinheiro”, lista Fabricio.

Nesta lição, o presidente do iFood traz a importância do conceito de ambidestria, que alia a criatividade à disciplina, e da capacidade de as empresas tocarem negócios grandes e maduros ao mesmo tempo em que contam com outras áreas de negócios para inovar. 

“É assim que funciona no iFood, com o método Jet Ski. São dezenas de pequenas startups dentro da empresa, que testam um monte de coisa. Mas ao mesmo tempo eu tenho uma estrutura que consegue operar meu negócio mais maduro, sem experimentação e erro, porque eu não posso ter risco nesse negócio”, diz.

Cultura forte agiliza processos

Empresas com uma cultura forte precisam de menos burocracia e conseguem se adaptar melhor a novos cenários, por isso têm mais chances de chegar ao sucesso. Quando a cultura é forte, o time entende e responde sem precisar de muitos procedimentos.

“Cultura não é algo só ‘legal’. É uma norma em que toda a empresa se comporta de um mesmo jeito sem que eu precise dizer exatamente o que tem de ser feito”, diz. “Uma cultura forte, que todo mundo conhece, respeita, é apaixonado e corre atrás, cria empresas mais rápidas e ágeis, menos engessadas e, portanto, que vencem mais.”

Saiba contar uma boa história

Storytelling é uma daquelas palavras que entram na moda. A partir daí, todos reconhecem sua importância, mas poucos líderes investem tempo para saber como se comunicar e segurar a atenção da sua audiência, seja um cliente ou seu público interno. 

“Histórias são muito mais lembradas do que dados brutos”, diz Fabricio. “Melhorar a qualidade de comunicação vai, no mínimo, fazer com que todo mundo em volta compreenda e trabalhe mais perto de você.”

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