Fabricio Bloisi investe em startup de biotecnologia

Presidente do iFood anuncia investimento na BioLinker, que criou um autoteste que detecta as variantes do coronavírus

Fabricio Bloisi, presidente do iFood, anunciou investimento na BioLinker, startup de biotecnologia que em abril de 2022 desenvolveu um autoteste de Covid-19 capaz de detectar todas as variantes do novo coronavírus. Bloisi foi um dos mentores de acompanhamento de crescimento e gestão da empresa de biologia sintética e agora será sócio e membro do conselho administrativo, informa a Agência Fapesp.

O valor do investimento não foi revelado. Os recursos serão usados para expandir a capacidade de desenvolvimento e produção da nova sede na empresa, em Cotia (SP), construída a partir de um aporte feito por um investidor-anjo.

“Acredito que a biotecnologia irá melhorar muitos aspectos da existência humana dentro de um  movimento importante para ajudar a curar doenças e aumentar a longevidade das pessoas e a qualidade de vida”, disse Fabricio. Ele explica que o investimento se alinha ao seu desejo de fomentar o empreendedorismo feminino e nordestino. A BioLinker foi fundada por Mona Oliveira, cientista baiana doutora em bioquímica e nanociências.

Fabricio espera contribuir também para que mais empresários passem a investir em empresas de base científica e tecnológica para que elas possam contar com outras fontes de financiamento e maior volume de recursos para ganhar escala. “Acho que isso é essencial para o crescimento econômico brasileiro, além de ser um forte gerador de inovação para as outras áreas da economia”, justificou.

A BioLinker desenvolveu uma plataforma biotecnológica para descobrir, desenvolver e produzir proteínas utilizando uma técnica que não demanda o uso de células vivas (conhecida como cell-free). Isso tem permitido que a empresa produza e purifique proteínas recombinantes em maior escala. “O processo é escalável, o que torna possível a produção comercial de proteínas”, disse Oliveira, co-CEO da empresa.

Essas proteínas recombinantes têm sido usadas por laboratórios de pesquisa e indústrias para o desenvolvimento de produtos biofarmacêuticos voltados para o tratamento de câncer, desenvolvimento de alimentos mais saudáveis, melhoria das colheitas de culturas agrícolas e na vigilância de casos de doenças como a Covid-19. 

Autoteste que detecta as variantes do coronavírus

Em abril de 2022, a BioLinker esteve no noticiário ao anunciar que havia desenvolvido um autoteste rápido para a detecção do novo coronavírus. Ele pode ser feito em casa, dá o resultado em 15 minutos e é sensível para todas as variantes do patógeno. Os insumos utilizados no exame foram todos elaborados pela startup.

Antes disso, a empresa estava em fase de desenvolvimento de um teste sorológico para a mesma doença em parceria com o pesquisador Frank Crespilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP). Esse teste, no entanto, detecta anticorpos e é realizado em laboratório.

Mas a onda de novos casos no início de 2022 fez os planos mudarem. “Embora as pesquisas sobre o teste sorológico já estivessem mais adiantadas, mudamos nosso foco para o teste rápido porque os recursos são limitados e já havia clientes interessados”, disse Mona.

As pesquisas para o teste sorológico, que mostra se a pessoa teve algum contato com o vírus, não foram abandonadas. Segundo Mona, ele também será importante para ajudar a aprimorar a triagem de pacientes com Covid-19 e realizar o controle epidemiológico da doença no Brasil, uma vez que permite avaliar o nível de proteção contra o vírus.

A parceria do teste sorológico também rendeu outro fruto, uma segunda startup chamada BioLinker Diagnóstica, voltada para o consumidor final e com foco no desenvolvimento de testes para 20 doenças, entre elas Covid-19, dengue, febre Chikungunya, zika vírus e gripe.

Esse conteúdo foi útil para você?
SimNão

Publicações relacionadas