Já Fui Bag transforma mochilas em novos produtos e renda

Saiba como esse projeto do iFood recuperou 124 toneladas de bags em vez de destiná-las para aterros

O que acontece com as mochilas térmicas (ou bags) dos entregadores e entregadoras do iFood quando sua vida útil chega ao fim? Elas ganham uma nova vida: depois de serem devolvidas em um ponto de coleta da empresa, são transformadas em novos produtos, como sacolas e pochetes —e até em combustível para a indústria de cimento.

Tudo isso acontece no Já Fui Bag, ação de logística reversa do iFood para que as mochilas térmicas sem condição de uso tenham a destinação correta. Em vez de irem para aterros sanitários, elas passam a fazer parte da economia circular e voltam a fazer parte do ciclo produtivo, gerando também emprego e renda para mais pessoas.

O material que compõe as bags não vai simplesmente parar no lixo. Uma parte é enviada para uma cooperativa da indústria têxtil para ser reutilizada em novos produtos (upcycling) e outra vai para a indústria do cimento, onde substitui o coque de petróleo, combustível fóssil usado nos fornos das companhias do setor.

A cada mês, o iFood avisa aos entregadores parceiros que haverá uma ação de troca de bags. Os profissionais, então, levam a mochila já usada para um ponto de coleta e recebem em troca uma nova, gratuitamente. Dessa forma, o Já Fui Bag já recuperou 124 toneladas de mochilas térmicas entre 2020 e 2021. 

“Até 2019 não tínhamos um processo organizado de destinação correta das mochilas”, reconhece Alexandre Lima, gerente de sustentabilidade do iFood. “Tínhamos um desafio ambiental: dar a destinação correta a um objeto que leva a nossa marca”.

100% de bags recuperadas

O Já Fui Bag é um projeto feito em parceria com a startup brasileira GreenPlat, responsável por estruturar a logística de coleta e dar a destinação ambientalmente correta às mochilas, e com a Retalhar, que transforma as bags em novos produtos. “É muito simbólico transformar a bag em algo novo. Especialmente porque, geralmente, trata-se de um material que não é reciclável”, explica Jonas Lessa, CEO da Retalhar.

As bags podem virar sacolas sustentáveis, estojo para primeiros socorros, shoulder bags (bolsa com uma alça curta), pochetes e big bags (usadas em cooperativas de materiais reciclados). Desde o início do projeto, mais de 8.400 produtos foram criados com o material das mochilas térmicas do iFood.

A remanufatura é feita por uma cooperativa parceira da Retalhar. É aí que entra a vertente social do projeto, que emprega pessoas em situação de vulnerabilidade (moradores da periferia de São Paulo ou egressos do sistema prisional) em todo o processo de upcycling: manuseio, preparo e separação das bags, além da costura em si. Segundo a Retalhar, em 2021 foi gerada uma renda de R$ 74,6 mil para trabalhadores em situação de vulnerabilidade.

Quanto ao impacto ambiental, cerca de 827 m³ de resíduos sólidos das bags foram reaproveitados em vez de ir parar em aterros sanitários —espaço equivalente ao ocupado por 92 carros populares. Além disso, 66 toneladas de coque de petróleo deixaram de ser queimados nas indústrias de cimento, reduzindo suas emissões de gás carbônico.

Para Gabriela Bueno, coordenadora de projetos da GreenPlat, esse tipo de projeto de logística reversa incentiva a economia verde. “Com essa operação presente em todo o país, fomentamos a existência de empresas certificadas e que tenham todas as licenças que a legislação demanda”, diz.

Uma nova bag, mais sustentável

Agora, o próximo passo do Já Fui Bag é redesenhar a mochila térmica para que uma quantidade maior de seu material possa virar novos produtos. Atualmente, 3,6% das 124 toneladas de mochilas recuperadas pelo projeto foram transformadas em um novo produto, sendo que a maior parte vai parar na indústria do cimento. “Nosso desafio é voltar o material para a cadeia de produção e tornar o produto mais eficiente para não ter tanta perda no processo”, diz Alexandre.

As discussões sobre uma nova bag levam em consideração tanto as alterações no formato e no tamanho (uma vez que o iFood também realiza entregas de mercado) como a matéria-prima para a elaboração da sua capa. “A discussão passa por implementar situações de sustentabilidade, seja com um produto mais amigável ao meio ambiente ou um que possa voltar à cadeia produtiva. É um desafio, pois precisa ser confortável e útil para o entregador e ainda ter um conceito de sustentabilidade”, diz Lima.

A nova vida das bags do iFood

124 toneladas 

de mochilas foram recuperadas em vez de ir para o aterro (entre 2020 e 2021)

115 toneladas 

viraram fonte de energia para a indústria do cimento

4,5 toneladas 

foram remanufaturadas e viraram novos produtos

8.400

produtos podem ser feitos a partir da capa das bags, como sacolas, estojo, shoulder bag e pochetes

R$ 143,5 mil 

foram gerados em renda no projeto para trabalhadores em situação de vulnerabilidade

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