“O que mudou a minha vida pode mudar a dos outros também”

Conheça a história do João Barcelos (ou João do Delivery) e saiba como ele transformou a sua vida e a de outros empreendedores por meio do iFood.

Quem disse que só quem curte uma panela se dá bem empreendendo em alimentação? O João Barcelos, que muita gente conhece como João do Delivery, já teve quatro negócios de sucesso nessa área e confessa: “Sinceramente, nunca fui fã da cozinha. Meu negócio sempre foi vender. O que me motiva é ver outros empreendedores transformando suas vidas por meio do iFood.”

A história do João começa no início dos anos 2000, na zona leste de São Paulo. Para dar uma força em casa, ainda menino ele começou a recolher materiais para um ferro-velho. “Meu pai ficou alguns meses sem receber o salário, então eu quis ajudar. Só que eu peguei gosto por ganhar dinheiro, pagar as contas”, lembra.

Depois disso, ele começou a comprar coisas para revender, como pasta para limpar mão, calculadora, roupas, tênis (os dois últimos ele foi até buscar na China para ter uma margem melhor de lucro).

Até que um dia João notou filas enormes na praia em uma viagem a Florianópolis (SC). Eram as paletas mexicanas, um tipo de sorvete que tinha acabado de chegar ao Brasil. “Senti o cheiro do dinheiro. Quando voltei para São Paulo, pesquisei, achei o fornecedor e quis montar uma loja de paleta mexicana.”

Com um amigo, ele abriu a sorveteria em 2014. “No primeiro mês, vendemos R$ 80 mil. Fazia fila, viralizava foto”, diz João. A família do sócio quis entrar no negócio e ele topou. “Em três meses montamos uma fábrica para vender no atacado, mas eu nem cheguei a pisar nela. A família me tirou do negócio.

Como não tinha meu nome em nada, fui forçado a sair, foi a maior confusão.”

Depois disso, João tentou abrir outra loja em São Paulo, mas fechou em nove meses porque a operação não se pagava. Tentou levar o negócio para a Praia Grande (SP), mas encerrou o negócio em cinco meses pelo mesmo motivo.

Do artesanato ao delivery

Os reveses não desanimaram João. Atento às oportunidades, ele conheceu um rapaz que vendia artesanato e fabricava um brinquedo que fazia grandes bolhas de sabão. “Fiquei encantado. Pensei: ‘isso vende’. Peguei meu último dinheiro e comecei a revender os brinquedos. Vendia muito.”

Um dia, o vendedor de uma loja o avistou e puxou conversa. “Ele gostou do brinquedo, elogiou meu tino de vendedor e me perguntou o que eu estava fazendo ali, vendendo artesanato na praia. E me deu um conselho: voltar para São Paulo, que ali eu não ia ganhar dinheiro.”

De volta à capital, seu tio o indicou para trabalhar como vendedor de uma fabricante de alimentos saudáveis. Meses depois, o gerente de delivery saiu e o chefe ofereceu a vaga a João. “Eu não entendia nada de delivery, mas encarei. Foi o meu primeiro contato com o iFood, em 2015”, diz.

No dia a dia, ele foi aprendendo na prática os hacks do iFood. “Eu estudava tudo, de ponta a ponta, mandava e-mail, fui descobrindo na raça. Em um mês, aumentei o faturamento da empresa de R$ 80 mil para R$ 120 mil. As vendas melhoraram muito”, conta João.

Apesar disso, alguns meses depois ele foi demitido pelo chefe. Enquanto pensava no que fazer, a esposa perguntou por que ele não começava um delivery, já que tinha aprendido tanto. João gostou da ideia, mas estava meio desconfiado.

“Meu ex-chefe dizia que o iFood era difícil, que precisava ter sistema, computador, impressora. Eu achei que não era para mim, eu não tinha nada daquilo”, recorda. “Mas conheci um motoboy que me falou de um amigo que vendia temaki em casa sem ter nada daquilo e me animei.”

Nascia seu primeiro negócio em alimentação, a Batataria. A inspiração veio do alto. “Um dia, eu estava na igreja e uma pessoa me disse que Deus havia mandado uma mensagem de que ia tirar um negócio debaixo da terra para me abençoar e eu ia abençoar o Brasil todo”, diz João.

Ele não tinha a menor ideia do que seria, mas teve um estalo vendo desenho animado com a filha, no momento em que viu uma batata brotar do solo. “Minha sogra sabia fazer batata recheada, pedi para ela me ensinar, fiz o MEI [Microempreendedor Individual] e me cadastrei no iFood.”

Já no primeiro dia, ele vendeu 600 batatas recheadas. E começou a usar o seu conhecimento sobre o iFood para ajudar outras pessoas ao redor: vizinhos, amigos, parentes… “Todo mundo que eu aconselhava tinha resultado. Minha irmã montou uma loja de tapioca e tirou mais de R$ 4.000 no primeiro mês. Ensinei meus tios e no primeiro final de semana eles venderam R$ 1.500. Naquela época só se falava em crise. E eu percebi que, se eu ensinasse o que sabia, poderia tirar muita gente da crise”, revela.

Nesse meio-tempo, porém, João teve uma desilusão e decidiu ir morar nos Estados Unidos. Vendeu o negócio e tudo o que tinha, mas acabou perdendo o dinheiro porque não conseguiu obter o visto para si e para a família.

O poder de transformação

Ao recomeçar a vida, ele voltou a vender batatas recheadas. Aos poucos, foi se reerguendo e abriu novos negócios. Percebendo que não havia muita opção de comida nordestina no iFood, ele criou uma loja especializada em baião-de-dois. Na sequência, abriu uma saladaria e um hortifruti. “Eu vendia muito, mas não estava feliz. Não era aquilo que eu queria, eu nunca fui fã de cozinha.”

Buscando novos caminhos, João começou a fazer vídeos sobre como montar uma loja para o delivery e para vender no iFood e passou a divulgar seus cursos online no YouTube em 2019. “Muita gente, como eu, não sabia que dá para montar uma loja no iFood sem ter toda essa estrutura”, diz. “Tudo o que eu sei é replicável. Não é sorte, é um método.”

Seu curso sobre como criar uma loja de batata recheada viralizou no vídeo de um amigo, Leonardo Queiroz —e trouxe mil alunos. Veio a pandemia de Covid-19 e, em 2020, o interesse dos empreendedores pelas dicas de João disparou. “Teve um momento em que eu vendi R$ 150 mil em três horas. Tive que interromper porque não ia poder dar suporte.”

Com o sucesso em marketing digital, João pendurou definitivamente o avental. Passou a Batataria para uma tia, deixou a loja de saladas e o hortifruti para o pai e transformou o baião-de-dois em microfranquia —e termina 2021 com 80 microfranqueados.

Desde 2020, ele está focado nos cursos e nas mentorias. Trabalho não falta: ao longo de 2021, ele e sua equipe realizaram mais de mil mentorias e venderam 4.500 cursos. “Hoje eu me sinto feliz demais, especialmente pela transformação que eu vejo nos empreendedores”, declara. “Quando eu vivi o pior momento da minha vida, foi por meio do iFood que eu consegui sair. A minha parada é mostrar que o que mudou minha vida pode mudar a dos outros também.”

Esse conteúdo foi útil para você?
SimNão

Publicações relacionadas