Por que união e tecnologia são cruciais para combater a fome

André Borges, head de sustentabilidade do iFood, mostra os caminhos para cumprirmos o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU de zerar a fome até 2030.

Os números mais recentes apontam que 19,1 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil —uma população que quase alcança a do estado de Minas Gerais, o quarto maior do país. E mais da metade (55%) dos brasileiros estão em uma situação de insegurança alimentar, desde a mais leve, que é o receio de passar fome em um futuro próximo, até a grave, quando falta alimento à mesa.

Esses dados, registrados em um levantamento feito pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) em dezembro de 2020, revelam o pior índice de segurança alimentar no país desde 2004. Naquele ano, 35% da população convivia com a insegurança alimentar.

A gravidade da questão da fome no Brasil nos mostra quão urgente é agir na direção de um dos mais importantes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as metas globais da ONU (Organização das Nações Unidas) para eliminar a pobreza e proteger o ambiente.

Segundo a ONU, acabar com a fome e promover a segurança alimentar é um dos objetivos que todos os países devem alcançar até 2030, assim como melhorar a nutrição das pessoas e promover a agricultura sustentável.

Chegar lá é responsabilidade não só de governos, mas de toda a sociedade, inclusive das empresas. Somente com uma resposta estruturada e colaborativa vamos poder mudar esse quadro para melhor.

Em 2021, o iFood uniu forças com a ONG Ação da Cidadania, a startup de impacto social Connecting Food, varejistas e grandes empresas (como Nestlé, Carrefour e M. Dias Branco) para redistribuir alimentos excedentes para as pessoas que mais precisam, no movimento Todos à Mesa. Dessa forma, combatemos também o desperdício de alimentos.

Com isso, nossa expectativa é a de redistribuir 1.500 toneladas de alimentos em todo o país até março de 2022. Acredito que as empresas têm um papel importante a cumprir no combate à fome e podem usar seus meios para conectar quem pode doar a quem mais precisa de alimentos.

Durante o ano fizemos também melhorias no aplicativo para facilitar a doação. Agora, quem quer colaborar com a causa do combate à fome pode fazer uma doação no checkout do pedido. Essa é uma maneira de incentivar a cultura da doação e agir rápido neste momento em que a desigualdade e a fome estão avançando.

Outra meta importante do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de combate à fome é dobrar a produtividade agrícola. E aí a tecnologia tem um papel importante, como estamos demonstrando na horta urbana que temos em nossa sede, em Osasco (SP).

Nessa horta urbana, que fica no sétimo andar do nosso prédio, os alimentos são cultivados no meio da cidade, em uma estufa climatizada que reduz em 90% o consumo de água e aumenta a produtividade —tudo isso sem utilizar defensivos agrícolas.

A produção, que fica em torno de 1,7 toneladas por mês, é doada para o Banco de Alimentos de Osasco, levando alimentação de qualidade para quem mais precisa e impactando mais de 3.000 famílias da região.

Além disso, o iFood também financia hortas urbanas em três escolas públicas na região metropolitana. Nessa iniciativa, todos os alimentos são aproveitados para alimentar os alunos das escolas.

Isso nos mostra que, mesmo diante de um quadro tão alarmante no que diz respeito à fome e à insegurança alimentar, existem oportunidades de inovar no combate a esses problemas. Com criatividade, união e tecnologia, podemos alimentar, desde já, um futuro melhor para todos os brasileiros.

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