Primeiros socorros: o que fazer em um acidente de trânsito?

Descubra o que você pode fazer quando presenciar ou participar de um acidente. Sua ação pode ser fundamental para o sucesso do tratamento de vítimas do trânsito

Conversar com a vítima e chamar o socorro são ações fundamentais para o sucesso do tratamento de quem sofre um acidente no trânsito

Você sabe o que fazer quando presencia ou está envolvido em um acidente de trânsito? Uma pergunta simples, mas que nem sempre a resposta está na ponta da língua. Como podemos ajudar? A vítima pode ser mexida? Quem acionar? Como prestar apoio até a equipe médica chegar e sem correr o risco de ocasionar um novo acidente?

Ter respostas para essas perguntas é importante porque o primeiro socorro feito pela população leiga, que está ali na hora do evento, é crucial para o sucesso do tratamento de vítimas de acidente de trânsito.

O iFood News conversou com dois especialistas em atendimento de emergência para montar esse pequeno guia do que deve ser feito quando um acidente no trânsito acontece: Roger Lage Alves, referência técnica da Gerência de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (MG) e Leonardo Gomes, diretor-geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Recife (PE).

Mantenha a calma

Talvez seja o passo mais difícil, afinal presenciar ou estar envolvido em um acidente não é algo desejável. Mas se você quiser ajudar, é preciso manter calma para poder passar informações claras e objetivas para a equipe médica que virá prestar o socorro.

Avalie os riscos

O segundo passo é se cuidar, ou seja, proteger a si próprio para então auxiliar o próximo. “É observar a cena, se há algum risco adicional de um novo acidente e tentar sinalizar minimamente a via”, explica Alves.

Documento elaborado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás explica que a sinalização deve começar antes do local do acidente ser visível para que os demais usuários da via possam parar ou diminuir a velocidade. O local exato vai variar conforme a velocidade máxima permitida no local e as condições climáticas.

Converse com a vítima e chame o socorro

Aborde a vítima, faça perguntas. Observe se ela está consciente, se respira, se há algum sangramento. Tente acalmá-la e tranquilizá-la, principalmente para que ela não se mova até a chegada do socorro. As informações coletadas serão importantes quando você ligar para o 192 (telefone do SAMU) ou 193 (telefone dos Bombeiros). “A equipe do SAMU irá fazer perguntas e você precisa estar calmo para respondê-las”, diz Gomes.

Respostas claras e objetivas permitem que os socorristas façam um atendimento mais eficiente. “Assim eu vou conseguir definir melhor o recurso que irá atender aquela vítima”, diz Alves.

E se a vítima estiver inconsciente?

É preciso verificar se a pessoa está respirando e se tem pulso. Em alguns casos pode ser preciso fazer uma massagem cardíaca, técnica ensinada em cursos de capacitação de primeiros socorros para a população leiga. 

“O mais importante é acionar as autoridades, informar que há uma possível parada cardíaca para que seja enviada a equipe mais adequada para aquele socorro”, orienta Alves.Mas se for um trauma muito grave, onde há sangramentos e possibilidade de novos acidentes no entorno, aí não há como prestar esse socorro direto”, explica. Nesse caso deve-se acionar o SAMU e observar a situação até a chegada da equipe de saúde.

Mexer na vítima?

Vai depender de cada caso e da confiança que a pessoa que irá prestar o primeiro socorro tem em realizar alguma manobra ou seguir alguma orientação do SAMU. “Não se sentindo seguro, a pessoa leiga não é obrigada a fazer nada, por não ser um profissional de saúde”, diz Gomes.

Cursos de capacitação ensinam como fazer a retirada adequada do capacete de motociclistas, como fazer uma imobilização ou como conter um sangramento. Abrir a viseira de um capacete, ao invés de removê-lo, pode ajudar a vítima a respirar melhor e se acalmar. “Eu posso ajustar a perna da vítima que tenha uma fratura para que ela sinta menos dor, eu posso pegar um pano úmido para conter um sangramento, tudo isso é ensinado nos cursos de capacitação”, exemplifica o diretor do SAMU.

Estou envolvido no acidente, o que fazer?

Manter a calma, avaliar os riscos e chamar por socorro são ações que se repetem se você estiver envolvido no acidente de carro. “Se houver ferimento, aguarde o socorro. Se não houver e você puder ajudar o outro, tendo um treinamento para isso, ajude”, aconselha Gomes. Fugir do local e não prestar socorro —com ou sem vítimas — não é uma opção, uma vez que isso é uma infração do Código de Trânsito Brasileiro.

Conforte e faça companhia

Se for seguro e possível, fique ao lado da vítima para oferecer algum conforto e minimizar a possibilidade de a pessoa acidentada fazer movimentos da coluna cervical e lombar até a chegada do primeiro atendimento. “Você vai estar ajudando quem está na sua ação de dificuldade, que é ser vítima de um acidente de trânsito”, explica Gomes.

Tempo, no trauma, vale ouro

Quanto mais rápido a pessoa que sofreu acidente chegar ao hospital, melhores serão as respostas ao tratamento. É aí que está a importância do socorro prestado por quem presencia um acidente. Ainda que não tenha conhecimento médico, essa primeira abordagem é fundamental para desencadear com eficiência toda a cadeia de sobrevivência.  “Quem aciona o SAMU de modo eficaz vai estar, no final, proporcionando um tratamento definitivo com maior eficiência”, reconhece Alves.

Anjos de Capacete

Primeiros socorros é um dos pilares de educação do Anjos de Capacete, projeto do iFood em parceria com prefeituras de diferentes cidades do país. Até aqui 550 motoqueiros já participaram das aulas que abordam segurança no trânsito, prevenção de acidente e o que fazer quando se presencia ou participa de um acidente de trânsito.A capacitação tem uma parte teórica (40 horas/aula) realizada online no iFood Decola. A parte prática é ministrada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e pelo órgão de trânsito municipal, de forma presencial, com duração média de 4 a 5 horas.

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