Qual é o perfil do líder na nova economia?

O líder da nova economia é colaborativo, horizontal e preza pela autonomia da equipe. Essas são algumas características apontadas pela StartSe ao iFood News.

Junior Borneli, fundador e CEO da StartSe, fala sobre a mudança do papel dos gestores para priorizar a cultura à performance

Há até pouco tempo, as empresas eram construídas sobre pilares bem palpáveis, como prédios, veículos, produtos saindo da linha de produção. “Hoje, elas podem rodar sem nenhum ativo, existindo apenas no mundo digital” — é assim que Junior Borneli, fundador e CEO da plataforma StartSe, descreve a nova economia, na qual a transformação digital desloca a lógica de mercado para priorizar os serviços aos produtos.

“As ondas de transformação estão cada vez mais curtas, com uma intensidade cada vez maior. Nesse cenário, a mudança é a única constante — todo o resto é variável”, completa Borneli, que também é um Linkedin Top Voice e autor do best-seller “Organizações Infinitas”.

Nesse contexto, muda também o papel das lideranças nas empresas. Para Borneli, os novos líderes devem entender que a cultura é mais importante do que o desempenho –e ele explica por que nesta entrevista exclusiva para o iFood News.

iFN: Para começar, o que significa a nova economia?

JB: Se antes as empresas eram de coisas reais, com prédios, carros e produtos, hoje elas podem rodar sem nenhum ativo, existindo apenas no mundo digital. Podem até oferecer a mesma coisa, mas usam a tecnologia e modelos de negócios para fazer de modo diferente. Tem que estar sempre em transformação. Não interessa o tamanho da empresa: a nova economia exige uma evolução contínua. Ficar parado é pior do que pegar o caminho errado.

iFN: Qual é o perfil de liderança nesse modelo?

JB: São pessoas que precisam ser inspiradoras. Há muita oferta de emprego, hoje, então a pessoa líder não está numa empresa só pelo salário ou plano de carreira, mas porque acredita que a empresa fará com que ela evolua também.

iFN: Em relação à gestão, o que diferencia esses novos líderes?

JB: Eles criam um ambiente para que as pessoas possam se desenvolver. Na nova economia, os gestores não controlam as pessoas, eles dão o contexto. Quando você alinha todos na mesma direção, você dá liberdade com responsabilidade. É uma gestão mais horizontal. Quando você deixa as pessoas em paz para trabalhar, naturalmente elas geram mais resultado.

Além disso, esses líderes entendem que cultura é mais importante do que performance. De nada adianta uma alta performance com zero cultura da empresa — isso “estraga” o processo. Para os gestores da nova economia, a cultura se sobrepõe ao desempenho, no sentido de que eles criam mecanismos para que o esforço do time se converta em benefícios para toda a equipe.

iFN: Mas então gestores tradicionais precisam de adequar…

JB: Sim. Esses líderes têm que mudar sua maneira de liderar, pois os novos liderados são diferentes dos do passado. Diferentemente da geração anterior, em que nossos pais passavam 20, 30 anos numa mesma empresa, hoje, as pessoas passam cerca de 2 anos em uma organização e partem para novos desafios.

Na StartSe, por exemplo, muitos dos nossos alunos e contatos são de gestores mais experientes em busca de atualização para se manterem relevantes. É um movimento recente, impulsionado pelas startups. No fim, todo o ecossistema precisa ser movido pela reinvenção: empresas, líderes e liderados. As ondas de transformações estão cada vez mais curtas, com intensidade cada vez maior. A mudança é a única constante; todo o resto é variável.

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