Você sabia que a festa junina não é brasileira?

Descubra como nos inspiramos na festa portuguesa, na dança francesa e nas comidas indígenas para criar uma farra muito nossa

Fazer festa é com brasileiros mesmo! Mas tem que ser do nosso jeito. Se festejamos Carnaval, Páscoa e Natal da nossa maneira, não seria diferente com a festa junina. Pega uma tradição daqui, outra dali, adapta a linguagem, coloca muita comida e pronto: temos uma festa que, se não é única, só se comemora desse jeito no Brasil.

A festa junina chegou aqui com os portugueses (o nome lá é Festa dos Santos Populares), na época da colonização, já com muitas referências emprestadas de outras culturas. A principal delas, o mês em que são realizadas. 

Desde muito antes de homenagearmos os três santos católicos (Santo Antônio, São João e São Pedro), a tradição pagã já separava o mês de junho, tempo do solstício de verão no hemisfério norte, para celebrar seus deuses em troca de boas colheitas e plantações. É desse tempo que vem, por exemplo, a tradição de fazer fogueiras, soltar balões, dançar e cantar.

Mas depois que chegou por aqui, os festejos juninos receberam mais uma camada de influências, absorvendo elementos das culturas africana e indígena até chegar ao que hoje conhecemos como festa junina (que, aliás, pode também variar de estado para estado).

Saiba como a gente abrasileirou — e, cá entre nós, melhorou — os festejos de junho.

A quadrille virou quadrilha 

A quadrilha da festa junina tem inspiração na quadrille, dança praticada nos bailes da aristocracia da França do século 18. Ela primeiro foi importada para a Inglaterra (onde recebeu o nome de campesine) e depois veio pra cá pelas mãos dos portugueses.

Só que no Brasil ela foi repaginada e recebeu elementos cênicos (a história tragicômica do casamento), um figurino com uma penca de adereços, além da participação de mais instrumentos musicais e o abrasileiramento de expressões francesas usadas para ditar os passos que os participantes da quadrilha deveriam fazer. 

O site da escola de idiomas Aliança Francesa explica de onde vem o balancê, anarriê e o tur (que dependendo de onde você mora vem com um erre carregado).

  • Alavantú – é o mesmo que en avant tous, o comando para que os casais da quadrilha comecem a andar.
  • Anarriê – também conhecido como en arrière, o comando para caminhar para trás.
  • Changê – a adaptação para changer/changez, quando os casais trocam de pares.
  • Otrefoá – ou autre fois, ou seja, repita o passo anterior.
  • Balancê – é o balancer, quando todos devem movimentar o corpo para seguir o ritmo da música. É geralmente falado depois que acaba um passo.
  • Tur – ou tour, quando damas e cabalheiros dão um giro completo.

Além da adaptação da quadrilha francesa, há também um jeito bem brasileiro de se dançar (ou brincar) a festa junina no Brasil. O Bumba Meu Boi, muito popular no Maranhão, é tão único que foi eleito, em 2019, patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco.

A festa recebe influência das culturas indígena, africana e portuguesa e representa a lenda da Mãe Catirina, do Pai Francisco e o milagre da cura ou ressurreição de um boi. Os grupos que participam dos festejos têm uma estética chamada de sotaque, que confere ritmo, personagens, indumentárias, instrumentos e dança próprios. 

Festas juninas e julinas

As festas juninas não ficam restritas aos três dias dos santos homenageados, a saber, 13 de junho (Santo Antônio), 24 de junho (São João) e 29 de junho (São Pedro). Durante todo o mês de junho, em especial nos fins de semana, é fácil encontrar alguma festa junina para ir.

A vontade de festejar é tanta que os festejos já extrapolaram o mês de junho e invadiram o mês seguinte, ganhando o singelo apelido de festas julinas.

Tem festa? Então tem muita música

Em Portugal, a Festa dos Santos Populares tem um quê de Carnaval, com marchinhas e desfiles de blocos.

No Brasil a trilha sonora varia entre forró, música caipira e as toadas do Bumba Meu Boi. Tanta diversidade de sons e ritmos confere uma infinidade de instrumentos musicais utilizados para que todos dancem ou brinquem durante os festejos juninos.

Vinho quente e milho? Só tem aqui

Há diferenças sensíveis entre o que se come na festa junina daqui e na de Portugal, muito em razão do clima e da sazonalidade. No país europeu, em vez de vinho quente e quentão (bebidas de frio), são consumidos a sangria, o chope e a ginja, bebidas bem mais frescas.

Lá, o cardápio típico da festa tem sardinha grelhada (por conta do período da pesca) e as bifanas, um sanduíche feito com cortes finos de carne de porco grelhada. Aqui as comidas de festa junina herdaram da tradição indígena o amor pelo milho, pela mandioca e pelo amendoim. Mas claro, tem influência portuguesa também, como vemos na canjica e no arroz doce.

Não é mentira! Tem festa junina no delivery  

Festa junina que se preze tem muita comida, para todos os gostos. Quem quiser fazer a sua própria festa junina em casa pode abrir o app do iFood e pedir um prato doce ou salgado (ou os dois, no kit junino) para chegar rapidinho em casa.

Confira os pratos juninos que você pode pedir no iFood.

Pratos Salgados

  • Caldo verde
  • Angu
  • Salsichão
  • Churrasquinho
  • Pinhão
  • Caldinho de Feijão

Pratos Doces

  • Pamonha
  • Curau
  • Bolo de milho
  • Canjica quente (com paçoca ou sem)
  • Rapadura
  • Bolo de paçoca

Pé de Moleque

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