Carbono zero: o que as empresas estão fazendo para chegar lá

Descubra como o iFood e outras companhias estão neutralizando suas emissões de gases poluentes

Adotar a política do carbono zero é uma das medidas mais urgentes que as empresas podem adotar para mitigar os efeitos causados pelo aquecimento global

Por isso, preparamos esse guia, onde você vai ficar sabendo mais sobre o que quer dizer carbono zero, como esse conceito surgiu —e o que as empresas, entre elas o iFood, podem fazer para neutralizar as suas emissões

O que é carbono zero?

Carbono zero é um conjunto de políticas adotadas por empresas para neutralizar a geração de gases do efeito estufa (GEE), como dióxido de carbono (CO2), por pessoas e indústria. 

A neutralização de carbono acontece quando a quantidade de carbono emitida na atmosfera é igual à quantidade de carbono removida dela. 

O excesso de emissões de carbono é o principal causador do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, com aumento das temperaturas no planeta e demais mudanças climáticas. 

Para neutralizar as emissões de carbono, uma empresa ou pessoa física pode fazer a compensação das emissões de carbono por meio da compra de créditos de carbono.

Como surgiu o conceito?

O conceito de carbono zero surgiu em 1997, com o Protocolo de Quioto, tratado internacional ambiental que definiu metas de redução de emissões de carbono por países desenvolvidos. 

Em vigor desde 2005, o tratado é uma resposta às mudanças climáticas e à necessidade de redução das emissões de carbono na atmosfera. 

Nele, foram definidos mecanismos de flexibilização para ajudar os países signatários no processo de redução de gases de efeito estufa ou captura de carbono

Um desses mecanismos é o Comércio Internacional de Emissões, que define o mercado de carbono, pelo qual é viabilizada a transferência de créditos de carbono. 

Qual o objetivo do carbono zero?

O principal objetivo da política de carbono zero é a redução do impacto ambiental das atividades humanas no clima do planeta por meio da neutralização das emissões de carbono. 

Isso pode ser feito com medidas como a compensação das emissões por meio da compra de créditos de carbono e o investimento e implementação de projetos de redução de emissões. 

São exemplos de projetos de redução de emissões a adoção de fontes renováveis de energia como a solar e eólica, reflorestamento e uso de biocombustíveis, como etanol. 

Como funciona o programa carbono zero no Brasil?

O programa carbono zero no Brasil funciona de forma pulverizada, uma vez que não existe um programa que estabeleça parâmetros oficiais para a redução das emissões de CO2

Existem iniciativas que empresas adotam para o cumprimento de metas próprias de descarbonização da economia, como a Science Based Targets (SBTi) e Carbon Free Brasil. 

Quais empresas podem participar do carbono zero?

Qualquer empresa que esteja comprometida com as questões ambientais e reduções de Gases do Efeito Estufa pode participar do programa de carbono zero no Brasil. 

Quais são os impactos do carbono zero para as empresas e a sociedade?

Os impactos do carbono zero para as empresas e a sociedade são positivos, pois ajudam a mitigar os riscos das mudanças climáticas ao mesmo tempo em que entregam soluções e produtos inovadores.

Além disso, as iniciativas de carbono zero podem colaborar para a estabilização das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera, segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). 

No Brasil, 27% das empresas ouvidas pela Pesquisa Anual Global com CEOs da PwC se comprometeram com iniciativas de Net Zero, ou seja, a neutralidade em carbono. O índice é mais alto do que a média global, que é 21%.

Entenda como conseguir o selo carbono zero

Para conseguir o selo carbono zero, como o Selo Carbon Free Brasil, a empresa deve realizar um inventário  da pegada de carbono para identificar quanto de carbono ela emite em suas operações, como consumo de água, energia, transporte, etc. 

Daí, são definidos os limites de escopo que quer adotar para o cálculo da neutralização de carbono e em que tipo de projeto ela vai investir para fazer a neutralização. 

Depois desse processo, a empresa recebe o certificado do carbono neutralizado e os créditos de carbono. 

O iFood é carbono zero?

Sim: desde 2021, todas as entregas realizadas pelo iFood são compensadas antecipadamente. Isso porque a empresa calcula seu volume de emissões de gases poluentes e assim pode neutralizá-las antecipadamente.

Isso significa que, quando você faz um pedido no iFood, as emissões de gás carbônico dessa entrega já foram compensadas. Em 2021, essa compensação era feita por meio da compra de créditos de carbono que beneficiavam projetos de conservação florestal na Amazônia. 

Só no segundo semestre de 2021, cerca de 1,2 milhão de metros quadrados de floresta foram protegidas —o equivalente a 125 campos oficiais de futebol. 

Já em 2022, os créditos de carbono foram destinados também a projetos de geração de energia renovável e a ações para evitar a liberação de gás metano, também causador do aquecimento global. 

O iFood tem metas bem definidas para o carbono zero até 2025, que estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU relativos ao meio ambiente. 

Por meio do iFood Regenera, além de compensar as emissões, a empresa também investe em soluções para reduzir as emissões de CO2 com o uso de bicicletas e motos elétricas no delivery. 

Como as empresas podem zerar a emissão de carbono?

As empresas podem zerar a emissão de carbono de diferentes formas, mas para isso precisam saber onde estão no que diz respeito às emissões antes de estabelecer metas.

A consultoria WRI Brasil aponta três caminhos para as empresas: metas baseadas na ciência e de curto prazo; metas de longo prazo; e corte de emissões além da cadeia de valor. 

Metas baseadas na ciência e de curto prazo, entre 5 a 10 anos, devem ser definidas com base na escala de reduções necessárias para manter o aquecimento global abaixo de 1,50C em relação aos níveis pré-industriais. 

Uma forma de cumprir essa meta é fazer a transição para energias renováveis, como o uso de painéis solares para captação de energia solar, por exemplo. 

Investir em frotas de veículos elétricos, definir políticas de viagens mais sustentáveis e usar biocombustíveis são iniciativas que podem produzir efeitos rápidos para controlar as emissões de GEE. 

Metas de longo prazo incluem compra de créditos de carbono, reflorestamento e manejo de florestas e captura direta e armazenamento de carbono. 

Por fim, o financiamento de projetos de mitigação dos efeitos do aquecimento global que estão fora da cadeia de valor da empresa também é uma forma de zerar as emissões de carbono.

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