Cidades sustentáveis: o que é e por que o termo foi criado?

Cidade sustentável é um termo recente, criado na esteira de outros conceitos similares a partir da popularização da sustentabilidade. Sabendo que vivemos no milênio onde a população urbana superou a rural, pensar as cidades como um ambiente harmônico é de interesse comum a todos.

Cidades sustentáveis é um termo recente, criado na esteira de outros conceitos similares a partir da popularização da sustentabilidade. Sabendo que vivemos no milênio onde a população urbana superou a rural, pensar as cidades como um ambiente harmônico é de interesse comum a todos.

Portanto, tornar uma cidade sustentável é deixá-la mais inclusiva e segura, um lugar onde toda a sociedade possa realizar as atividades socioeconômicas em paz.

Por isso, iniciativas estão sendo realizadas a nível municipal, nacional e global, a fim de definir o que uma cidade precisa para ser sustentável.

O que são Cidades Sustentáveis?

Uma cidade sustentável é o resultado de um planejamento urbano eficiente que cria um espaço urbano economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Uma cidade está nesse caminho, portanto, ao conseguir equilibrar esses três fatores, seguindo o tripé da sustentabilidade.

Segundo o IBGE, é no ano de 2008 que, no mundo, mais pessoas passaram a morar em zonas urbanas do que em zonas rurais. Além disso, o instituto também indica com seus estudos que até 2050, a expectativa é que o número de habitantes da zona urbana equivalha a dois terços da população mundial.

Assim, isso faz com que as cidades cresçam de maneira desordenada, em espaços curtos e carreguem diversos problemas relacionados ao transporte, à saúde pública e à segregação.

Para se ter uma ideia, todas as cidades do mundo ocupam apenas 3% da faixa territorial global, mas são responsáveis por 60% a 80% do consumo de energia e 75% das emissões de carbono (dados do IBGE). Os principais responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa são os meios de transporte.

Leia também: 4 práticas para combater a intensificação do efeito estufa. 

Sendo assim, o mundo, a sociedade civil, precisa pensar um planejamento urbano colaborativo, que preserve o patrimônio natural e cultural das cidades. Portanto, ignorar esse fato torna uma cidade vulnerável a desastres naturais, aumenta o risco de contaminações e doenças e coloca pessoas à marginalidade.

Cidades inteligentes e sustentáveis: qual a diferença?

É comum haver a confusão entre os termos “cidade sustentável” e “cidade inteligente”. Como você verá a seguir, são definições que podem se complementar, mas possuem suas próprias particularidades.

De acordo com o SEBRAE, cidades inteligentes são espaços urbanos inovadores que utilizam as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e outros meios para melhorar a qualidade de vida, eficiência das operações e serviços, atendendo às necessidades das gerações atuais e futuras.

Dessa forma, uma cidade sustentável, como você viu acima, está mais focada em aspectos ambientais e sociais. Já as cidades inteligentes se preocupam mais com fatores econômicos e de infraestrutura de uma zona urbana.

Contudo, apesar dos pesos e contrapesos colocados em cada definição, podemos ver que muitas vezes eles irão se entrelaçar.

No entanto, uma cidade inteligente não pode fechar os olhos para aspectos ambientais, ao passo que uma cidade sustentável também possui foco na condição econômica dos seus habitantes.

Programa Cidades Sustentáveis

O Programa Cidades Sustentáveis (PCS) é uma criada para seguir as ações oriundas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. O programa fornece conhecimento e instrumentos para que os governos locais apliquem as ODS à sua realidade.

A definição trazida pelo próprio portal do Programa Cidades Sustentáveis, é de que se trata de uma agenda de sustentabilidade urbana que incorpora as dimensões social, ambiental, econômica, política e cultural no planejamento municipal.

O PCS atua desde 2012 na mobilização dos governos para a implementação de políticas públicas estruturantes, que possam contribuir com cidades mais justas e sustentáveis.

Existem 12 eixos temáticos inspirados nos Compromissos de Aalborg, pacto político assinado em 2004 por autoridades de mais de 700 cidades. Portanto, confira a lista completa com os 12 eixos:

  • Ação local para a saúde
  • Bens naturais comuns
  • Consumo responsável e opções de estilo de vida
  • Cultura para a sustentabilidade
  • De local para o global
  • Economia local, dinâmica, criativa e sustentável
  • Educação para a sustentabilidade e qualidade de vida
  • Equidade, justiça social e cultura de paz
  • Gestão local para a sustentabilidade
  • Governança
  • Melhor mobilidade, menos tráfego
  • Planejamento e desenho urbano

O que é preciso para uma cidade ser sustentável?

A primeira iniciativa inicial tomada pensando em cidades sustentáveis foi a resolução de 2015, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Chamada de Agenda para o Desenvolvimento Sustentável para 2030, a resolução contém 17 ODS e 169 metas.

Assim, para uma cidade ser considerada sustentável, ela precisa ser um espaço que agregue pessoas e gere sinergia. Entre as necessidades da população estão a habitação segura, serviços básicos de saúde e higiene, além de transporte seguro com alternativas menos poluentes, seguindo uma vida menos dependente de carros.

Além disso, as cidades sustentáveis precisam estar preparadas para evitar ou mitigar danos de catástrofes ambientais. Além disso, o processo de desenvolvimento deve incluir todas as classes sociais e prestar atenção especial a pessoas em situação de vulnerabilidade.

Quando uma cidade opta por esse caminho, ela pode acumular muitos benefícios, como a redução dos congestionamentos, diminuição da poluição, menos índices de desigualdade, enfim, uma vasta lista.

Vamos conhecer agora que cidades brasileiras podem ser consideradas sustentáveis e quais suas práticas.

Cidades sustentáveis no Brasil

No Brasil, o relatório da consultoria Urban Systems ajuda a construir um ranking de desenvolvimento sustentável divulgado anualmente no evento Connected Smart Cities.

Entre as principais cidades brasileiras no ranqueamento estão: São Paulo (SP), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR).

Um dos grandes desafios para o Brasil é a imensidão territorial, pois aplicar essa agenda em larga escala e em condições de grandes diferenças em termos de acessibilidade dos municípios exige administrações públicas muito alinhadas.

No Brasil, o estatuto das cidades e o estatuto da Metrópole são algumas leis já criadas que preveem planos para melhor gestão das cidades. E o que pode ser feito por toda a sociedade civil pensando na sustentabilidade das cidades?

Segundo a OMS, mais de 80% das pessoas que vivem em áreas urbanas estão expostas a níveis de qualidade do ar que ultrapassam os limites da poluição. As cidades de baixa renda são as mais impactadas. Todo ano, cerca de 7 milhões de pessoas morrem por complicações geradas pela poluição do ar.

Portanto, é fundamental pensar maneiras de diminuir a presença de automóveis movidos a combustíveis fósseis nas ruas. O iFood, que trabalha com delivery, está pensando maneiras de fazê-lo com um impacto social positivo.

Uma dessas iniciativas é o iFood Pedal, que foi reconhecido na categoria “Inovação do Ano” no prêmio Estadão Mobilidade. Em agosto de 2020, o programa somou 182 mil pedidos, evitando a emissão de 54 toneladas de CO2 na atmosfera.

Oferecer bicicletas elétricas como meios não poluentes para realização das entregas caracteriza o iFood Pedal como uma das principais iniciativas do iFood. Para o combate do desperdício de alimentos, outra ação do iFood é a criação das hortas urbanas.

Lembrando que estes são apenas alguns exemplos em prol de uma cidade sustentável. Alcançar esse patamar exige esforços contínuos de todos os agentes públicos e privados em cooperação.

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