Fabricio Bloisi: os 5 princípios do Modelo de Gestão do iFood

CEO da empresa explica qual é o modelo de gestão que aplica para aumentar os resultados

Quer saber o segredo do iFood para crescer com velocidade? Fabricio Bloisi, fundador da Movile e presidente da foodtech, resume em dois pontos principais: a cultura e o modelo de gestão. No terceiro episódio da série “Receita da Nova Economia”, no canal do iFood News no YouTube, ele revela quais são os cinco princípios do modelo de gestão que contribuem para o sucesso da empresa.

Sonhar grande

Fabricio conta que as metas agressivas são estabelecidas o tempo todo no iFood para ter bons resultados. “Colocar um sonho grande no modelo de gestão aumenta a performance da empresa porque as pessoas passam a acreditar que é possível fazer muito mais, se esforçam mais e no final descobrem que elas podiam fazer mais do que elas pensavam”, diz.

Segundo ele, é papel dos líderes, da empresa e de cada área, trazer um sonho realmente grande que desafie o time a ir além. No iFood, uma das estratégias utilizadas é o mural dos sonhos: “Cada pessoa do iFood coloca qual é o sonho dela e a data em que vai atingir isso”, explica Fabricio. “Dentro do próprio iFood, nosso Sonho Grande, nosso propósito, é alimentar o futuro do mundo, e isso impacta em como a gente trabalha o tempo inteiro.”

Ter poucos objetivos

Para Fabricio, a forma mais assertiva de alcançar melhores resultados é priorizar. “Tem uma regra básica que é 80/20: 20% dos objetivos geram 80% do resultado, os outros 80% dos objetivos geram somente 20% dos resultados. A gente tem que descobrir quais são os 20% dos objetivos mais importantes e colocar toda a energia nisso.”

Não basta só elencar o que é mais importante e definir metas; é preciso comunicar quais são elas e garantir que todo mundo esteja na mesma página. Essa é uma das principais estratégias das empresas das quais está à frente.

“Eu acredito que um dos motivos pelos quais tanto a Movile como o iFood entregam mais resultado do que a média das empresas é porque a gente sempre tem a empresa inteira, todo mundo, não são os diretores, nem os VPs, todo mundo sabendo: ‘Esses são os cinco ou dez objetivos, e muita da nossa energia está indo para lá’”, complementa o CEO.

Deixar claras as responsabilidades

Outro aspecto muito forte da cultura da empresa é o empoderamento alinhado ao senso de responsabilidade. “Quando a gente tem um comitê com 15 pessoas decidindo, todos são meio vítimas no final e acham que não funcionou porque o outro não ajudou. Portanto, o terceiro princípio é: responsabilidades claras com datas claras e com objetivos claros.”

Nesse contexto, o iFood não é uma empresa que decide coisas em grandes comitês, com grupos de muitas pessoas. Fabricio explica que é importante definir responsáveis que conheçam os objetivos e saibam direcionar. “A gente precisa sempre ter grupos que trabalham juntos, mas com um responsável que tem o objetivo claro, medido de forma clara, uma data clara e com um modelo claro de acompanhamento.”

O CEO também fala sobre a importância do conflito, que é saudável para o avanço dos projetos e faz parte do envolvimento das pessoas, mas precisa ser mediado pela liderança. Ele dá uma dica: “com a responsabilidade clara também tem a responsabilidade do líder de não deixar que o conflito dure para sempre, estimular conflito, mas reduzir ele depois de alguma discussão para que a empresa possa andar com velocidade”.

Fazer reuniões de acompanhamento

No quarto princípio, Fabricio fala sobre a necessidade de que o Modelo de Gestão estabeleça o sistema operacional de funcionamento da empresa. Ele conta como isso é colocado em prática no iFood: “A gente tem uma rotina religiosa, de estabelecer uma agenda anual que a gente chama de reunião mensal de resultados, onde a gente junta toda a empresa para dizer o que funcionou, o que não funcionou, por que e o que é prioridade.”

A comunicação e a transparência também são pontos fortes aqui. “Nas reuniões de resultado, que são super disciplinadas, a gente claramente conta o que está indo bem e o que está indo mal.”

Alimentar a cultura de resultados

Criar uma cultura de resultados significa reconhecer as pessoas pelo seu trabalho e bom desempenho. “Pode significar promoção, pode significar bônus, aumento de salário ou stock options, mas o principal é: a empresa tem que ter uma cultura clara de que as pessoas que entregam muito resultado ganham mais espaço e são reconhecidas sempre”, ressalta Fabricio.

Segundo o CEO, esse reconhecimento retroalimenta a empresa para que ela sempre abra mais espaços para pessoas que realmente fazem a diferença. “Além da cultura do iFood, é a dinâmica do modelo de gestão que faz a gente ser uma empresa que continua caminhando, crescendo e melhorando”, diz.

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