O que é greenwashing e como reconhecer a propaganda enganosa?

Você sabe o que é greenwashing? Descubra aqui o que é essa “maquiagem verde” e como identificar uma propaganda enganosa no campo da sustentabilidade.

 Existem empresas que dizem ser sustentáveis quando, na verdade, não são. A esse tipo de prática se dá o nome de greenwashing, ou “maquiagem verde”, uma tentativa de camuflar seu real impacto no meio ambiente fazendo propaganda enganosa positiva.

Portanto, entenda o que é o greenwashing, seus exemplos e dicas para reconhecer uma propaganda enganosa.

O que é greenwashing?

Primeiramente, greenwashing foi o nome foi criado pelo ambientalista e pesquisador Jay Westervel, dos Estados Unidos, em 1986, e é usado até hoje. Na época, ele usou a palavra para falar de um resort na Samoa que estava se vangloriando de usar um serviço de toalhas reutilizáveis para reduzir o impacto ambiental quando, na verdade, estava devastando a área para expandir suas instalações.

 Onde e quando surgiu o termo greenwashing?

Assim, na mesma época, a petroleira Chevron estava fazendo uma campanha publicitária milionária na televisão para mostrar que protegia o meio ambiente, na qual gastou mais dinheiro do que nos próprios projetos de conservação.

Por essas e outras, vamos considerar o caso o “padrão ouro”, ou seja, uma referência quando se fala de greenwashing.

Por que as empresas fazem greenwashing?

Em muitos casos, a motivação principal é a busca por lucros e reputação. Há uma crescente demanda do consumidor por empresas sustentáveis. 

Além disso, acontece uma pressão de grupos de interesse e órgãos reguladores levam algumas organizações a adotar estratégias enganosas para capitalizar sobre essa tendência e conquistar vantagem competitiva. 

O greenwashing permite que essas empresas se posicionem como líderes em sustentabilidade, sem necessariamente alterar suas práticas internas. 

Além disso, outro fator que faz as empresas colocarem o greenwashing em prática é a falta de regulamentação adequada no campo da responsabilidade ambiental. 

Dessa forma, sem regras e penalidades claras para práticas enganosas, algumas empresas veem uma oportunidade de obter benefícios financeiros. Por fim, as empresas também não querem assumir os verdadeiros compromissos necessários para uma sustentabilidade real.

Greenwashing: exemplos

Como nesses exemplos, a palavra greenwashing quando alguma empresa lança campanhas publicitárias sobre operações ou produtos que supostamente são sustentáveis.

Dessa forma, tudo isso é feito para ganhar o coração dos consumidores, que estão cada vez mais de olho em marcas conscientes, e se diferenciar da concorrência.

Assim, em 2021, a Comissão Europeia pesquisou, pela primeira vez, o greenwashing em seu rastreamento de sites para identificar ilegalidades quanto ao Direito do Consumidor. Os especialistas avaliaram vários setores, como o de cosméticos e roupas, para checar a veracidade dos anúncios de empresas que se dizem sustentáveis.

 

Resultado: em 42% dos casos, a publicidade de que um produto era sustentável foi para exagerar, falsa ou enganosa. O relatório conclui que o greenwashing está crescendo conforme os consumidores se interessam por fazer compras mais “verdes”.

 

Além disso, em mais da metade dos casos, as empresas não deram informações suficientes para que o público pudesse julgar a veracidade do que estava escrito na descrição dos seus produtos ou serviços.

 

Assim, em 2019, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) pesquisou 509 produtos em supermercados que alegavam ter benefícios socioambientais e constatou o greenwashing em quase metade deles (48%).

Desodorantes, sacos de lixo e xampus, por exemplo, foram os campeões da propaganda enganosa. O Idec reforça que, alegações como “amigo do meio ambiente”, “amigo da Terra”e “ecológico” são proibidas pelo Código de Defesa do

 

Consumidor, pois não expressam informação de forma clara e adequada e podem levar o consumidor ao erro.

 

Como reconhecer o greenwashing

 

Segundo a agência TerraChoice, as principais pistas do greenwashing são:

 

  • Falta de provas sobre o apelo ambiental, como uma certificação;
  • Uso de termos vagos e imprecisos, como “natural”;
  • Irrelevância da alegação, como dizer que um produto não tem CFC quando nenhum tem, pois é proibido por lei;
  • Rótulo enganoso, que usa palavras e imagens falsas para passar a impressão de serem “verdes”.

 

A revista Ethical Consumer dá algumas dicas para saber se uma empresa está fazendo greenwashing. Antes de comprar algo, é preciso parar e fazer estas 4 perguntas:

A operação da empresa é muito ou pouco sustentável?

Se apenas uma parte mínima das atividades da empresa é sustentável (e a maior parte causa um grande dano ambiental), é bem possível que aquela campanha linda e cheia de natureza seja greenwashing.

 

O que essa empresa considera sustentável?

Será que o que ela acha ser sustentável dá match com o seu ponto de vista –e o dos especialistas? Se a companhia diz que tem fontes de energia renováveis mas continua investindo em carvão e petróleo, a resposta é “não” (olha aí o greenwashing).

Como essa empresa se compara às outras do mesmo setor?

Pesquisar o que a concorrência faz ajuda a saber quais empresas estão realmente investindo em sustentabilidade e quais estão apenas querendo levar vantagem na propaganda.

 

Onde essa empresa investe?

Se a companhia põe seu dinheiro em práticas nada sustentáveis, há uma grande chance de estar fazendo campanhas para distrair os consumidores enquanto continua explorando o meio ambiente.

 

Segundo a revista, quanto mais tivermos consciência do greenwashing, mais poderemos questionar as empresas e exigir mais transparência quanto à sustentabilidade.

 

Iniciativas do iFood

Quer conhecer algumas das iniciativas do iFood em sustentabilidade? A gente lista algumas delas aqui:

 

iFood Regenera

É o pilar do iFood que engloba um plano de impacto ambiental positivo com duas grandes metas a serem cumpridas até 2025: acabar com a poluição plástica das operações de delivery e tornar a empresa neutra na emissão de gases do efeito estufa com iniciativas como investimento em veículos elétricos, pesquisa em embalagens sustentáveis.

 

Entregas 100% neutras

Desde julho de 2021, foram neutralizadas 100% das emissões de CO2 das entregas feitas pelo iFood. Além de reduzir o impacto ambiental do delivery, a iniciativa também vai gerar recursos que vão investir na preservação da Floresta Amazônica.

 

Redução do plástico descartável

O iFood assinou em 2021 um compromisso público para reduzir os plásticos descartáveis em suas entregas de comida com a campanha #DeLivreDePlástico, organizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), principal autoridade ambiental no sistema das Nações Unidas (ONU), e pela Oceana, ONG a maior organização não governamental sem fins lucrativos focada na proteção dos oceanos no mundo.

 

Mais embalagens sustentáveis

Por fim, em 2021, o iFood triplicou seus fornecedores de embalagens sustentáveis, feitas com materiais como cana-de-açúcar, mandioca, papel e amido de milho. Um desses parceiros, o “Já Fui Mandioca”, usa a fécula de mandioca para produzir bioembalagens sustentáveis, que viram adubo em até 90 dias.

5 dicas de como evitar greenwashing

Confira algumas dicas para evitar empresas que praticam o greenwashing:

  • Realize uma pesquisa completa sobre as práticas de sustentabilidade da empresa
  • Analise as evidências e as informações fornecidas pela empresa sobre suas iniciativas sustentáveis
  • Verifique se as ações da empresa são consistentes com suas alegações de sustentabilidade
  • Esteja atento aos selos e certificações de sustentabilidade reconhecidos
  • Avalie o compromisso da empresa com a transparência e a prestação de contas ambiental
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