O plástico verde, produzido no Brasil, é considerado uma das alternativas para combater um dos maiores poluentes do planeta, o plástico comum. A humanidade já produziu mais de 8 bilhões de toneladas de plástico tradicional, metade disso ao longo dos últimos 13 anos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Com propriedades semelhantes às ao normal que conhecemos, o plástico verde tem algumas vantagens —e a principal delas é a de não contribuir com o aquecimento global.
Por ser feito a partir da cana-de-açúcar, e não a partir dos derivados de petróleo, esse tipo não contribui para o acréscimo de gás carbônico (CO2) na atmosfera.
Pelo contrário: esse gás é capturado e fixado na matéria-prima que dá origem ao material. Para cada tonelada produzida de plástico verde, são capturadas da atmosfera em torno de 2,5 toneladas de gás carbônico.
Por outro lado, os tipos mais comuns de plástico liberam gases de efeito estufa no meio ambiente à medida que se decompõem, agravando o problema do aquecimento do planeta.
Produção de plástico verde
O processo de produção do plástico verde, ou polietileno verde, começa a partir do plantio tradicional da cana-de-açúcar.
Depois de colhida, a cana é triturada nas moendas das usinas, liberando o caldo da garapa, que possui um alto teor de sacarose. A fermentação da sacarose dá origem à glicose e à frutose, que, pela ação de uma enzima, vai se transformar no álcool etanol.
Com a desidratação do etanol, surge o eteno. A combinação de suas moléculas, chamada de polimerização, forma o polietileno verde ou plástico verde.
Assim, ao se transformar em produtos como brinquedos, filmes para fraldas descartáveis, tanques de combustível para veículos e recipientes para leites, iogurtes, xampus e detergentes, entre outros. Além disso, já existem sacolas de plástico verde.
Plástico verde: vantagens e desvantagens
A principal das vantagens do plástico verde provém mesmo de sua origem vegetal, o que o torna sustentável. Outro ponto importante é que ele ajuda a reduzir o aquecimento global, uma vez que as plantações de cana-de-açúcar absorvem o gás carbônico da atmosfera ao realizar fotossíntese.
Além disso, o material é 100% reciclável. E, mesmo quando incinerado, é praticamente neutro em relação ao CO2.
Outro ponto positivo diz respeito à sua semelhança com o plástico comum em termos de propriedades.
Dessa maneira, a indústria de manufaturados plásticos não precisa fazer grandes adaptações em suas linhas de produção. E os formatos dos produtos seguem os mesmos quando são feitos de plástico verde.
Plástico verde é biodegradável?
Entre as desvantagens do plástico verde, a de não ser biodegradável chama mais a atenção. Embora não seja decomposto naturalmente no meio ambiente, ele é classificado como um bioplástico por ser produzido a partir de fontes renováveis.
Quem o chancela nessa categoria é a European Bioplastics Association, ou a associação europeia de bioplásticos.
Outro aspecto a ser considerado é a necessidade de grande área de plantio para a produção de cana-de-açúcar em escala. O consumo de água elevado e o uso de fertilizantes necessários para o cultivo são fatores prejudiciais ao meio ambiente.
Isso sem contar que os territórios em questão poderão usar para plantar outros alimentos e aliviar o problema da fome no mundo.
Há ainda o fator da concorrência da produção de plástico verde com a de etanol, dado que ambos se originam do mesmo insumo.
Ao “roubar” espaço do etanol, o plástico verde, indiretamente, acaba favorecendo a produção de petróleo, combustível fóssil que ajuda a aumentar o aquecimento global.
Diferença entre plástico verde e plástico comum
A grande diferença do plástico verde para o tradicional está mesmo em sua origem. Em vez de ser produzido a partir do petróleo, um combustível fóssil e finito, o plástico verde é proveniente do etanol da cana-de-açúcar, uma fonte renovável que, portanto, estará sempre disponível para a indústria.
Iniciativas do iFood para reduzir o uso do plástico
O iFood pretende reduzir o uso de plástico no delivery em 50% até 2025. Em julho de 2021, a empresa assinou o compromisso #DeLivreDePlástico, organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), principal autoridade ambiental no sistema das Nações Unidas (ONU), e pela Oceana, a maior ONG focada na proteção dos oceanos.
O aplicativo do iFood também dá aos clientes a opção de dispensar o envio de garfos, colheres, facas e canudos plásticos ao fazer o pedido —e mais de 200 milhões pedidos foram entregues sem estes itens desde junho de 2021, evitando a circulação de 510 toneladas de plásticos.
Com a Suzano, a empresa também busca desenvolver embalagens de papel cartão (100% reciclável e biodegradável) e em 2022 fez parceria com a growPack, que produz embalagens compostáveis a partir da palha do milho.Desde 2019, o iFood Shop oferece uma seção de embalagens sustentáveis, como as da “Já Fui Mandioca”, que usa fécula de mandioca para fabricar bioembalagens que viram adubo em até 90 dias, embalagens de cana de açúcar, dentre outras.
