A força da conexão feminina na tecnologia

Conheça a história da Marcia, uma engenheira de software do iFood que ajuda na qualificação de outras mulheres na área de tecnologia. Continue lendo!

A curiosidade para explorar o universo da tecnologia despertou na gaúcha Marcia Ferreira Castagna quando ela ainda estava no Ensino Médio, no início dos anos 2000. Ela trabalhava em uma empresa que estava informatizando dados, o que instigou seu interesse por programação e informática. “Juntei o dinheiro do décimo terceiro salário e das férias e investi em aulas de Java e de banco de dados. Passei meus 30 dias de férias fazendo cursos”, afirma.

Na época, ela conciliava esses cursos com a faculdade de sistemas da informação. Das aulas, ela gostava. Daquele momento em que os alunos se apresentam para os colegas no primeiro dia de aula, não. “Todo mundo ali já trabalhava em grandes empresas e tinha experiência com as linguagens. Eu pensava: ‘o que eu vou dizer? Eu nem programo!’ Morria de vergonha”, lembra ela.

Hoje a história é bem outra. Aos 38 anos, Marcia tem muito o que dizer quando perguntam o que ela faz. Depois de se formar em sistemas de informação na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), em 2010, ela cursou uma pós em dispositivos móveis, trabalhou como analista de sistemas, deu aulas no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e, desde maio de 2021, é engenheira de software sênior e mentora no iFood.

Superando preconceitos

Chegar lá não foi tão fácil. Nessa trajetória, ela teve de conquistar seu espaço e superar preconceitos em um campo de trabalho essencialmente masculino. Ainda na faculdade, ouviu de um colega que não deveria seguir na programação porque era uma profissão “de homem”.

“Passei por muitas situações de machismo, algumas veladas, outras escancaradas”, comenta Marcia. “Uma vez um colega me contou que eu não seria contratada porque o gestor não admitia que uma mulher fosse melhor do que um homem na prova técnica do processo seletivo.”

Apesar do baque inicial com esse tipo de situação, ela não se deixou desanimar. “Acho que tudo isso só me deu mais gana de fazer as coisas acontecerem. Muitas pessoas me encorajaram e me apoiaram. Essa energia me fez ver que só tinha uma atitude a seguir: tem que dar certo.”


Uma rede de mulheres

Uma das pessoas que abriram caminhos para Marcia foi uma colega de curso que trabalhava como desenvolvedora e a indicou para sua primeira vaga em programação: um estágio onde aprendeu na prática a trabalhar com Delphi e Java, atuando como analista e testadora.
Depois de formada, ela fez uma especialização em desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis, também na Unisinos, porque tinha vontade de dar aula e de trabalhar com mobile –dois objetivos que logo foram cumpridos. “Sempre fui muito tímida, então comecei a me expor mais para superar essa insegurança”, conta.

Nessa trajetória, Marcia foi se envolvendo em comunidades de empoderamento de mulheres programadoras e em eventos como o Rails Girls, o Django Girls e o Devs Java Girl. “É muito bacana poder se conectar com as pessoas. Quando vi as meninas se apoiando e se ajudando comecei a me engajar mais e me inscrever para ser treinadora e mentora”, revela. “Também estou sempre participando nas comunidades de Java e dos eventos do MeetUp para trocar conhecimento.”

Turma da comunidade Django Girls que Marcia participava

Mesmo com toda essa bagagem, Marcia conta que deu um frio na barriga quando foi chamada para participar do processo seletivo para trabalhar no iFood. “Bateu uma síndrome da impostora, achei que não tinha panca para uma empresa desse porte. Mesmo assim, decidi encarar mais esse desafio”, diz.

Ela conta que o nervosismo e a ansiedade se dissiparam quando viu que havia mulheres entre os entrevistadores do iFood em cada uma das fases do processo. “Eu nunca tinha sido entrevistada por uma mulher na etapa técnica. Como esse meio é muito masculino, me sentir representada no processo seletivo me deu mais segurança.”


Tchau, síndrome da impostora

O resultado, já se sabe: Marcia saiu dali contratada. Hoje, ela se sente acolhida e representada em um ambiente com mais diversidade. “Em muitas empresas, eu era a única desenvolvedora mulher. Aqui, não. É onde eu mais vejo mulheres atuando na área de gestão e desenvolvimento.”

Agora Marcia quer ajudar outras mulheres a fazer sucesso na área de tecnologia. Assim que ficou sabendo do programa Vamo AI – iniciativa do iFood Decola em parceria com a Resilia para formação de pessoas de baixa renda em backend, em especial mulheres e negros – ela logo se voluntariou para participar como mentora.

“Gostei da iniciativa de promover a inclusão no mundo da tecnologia. O caminho é tão mais fácil quando a gente tem ajuda. Por isso, busco retribuir à comunidade, de alguma forma, o apoio que eu recebi.”

Para ela, o Vamo AI é uma via de mão dupla, que beneficia quem está dos dois lados da mentoria. “Percebi como é importante, depois de tantos anos de estrada, ter esse contato com quem está começando a carreira. Além da troca de conhecimento, é um exercício de empatia para não virar aquela profissional arrogante, que acha que já sabe tudo.”

E a síndrome da impostora? Já não fala tão alto, conta Marcia. “O que mudou é que hoje eu busco desafios que me provoquem a ter mais confiança, como compartilhar mais códigos meus no GitHub ou escrever artigos no Linkedin.”

Compromissos institucionais do iFood

 

As iniciativas do iFood para o desenvolvimento das mulheres

O iFood é uma empresa comprometida com a representatividade feminina em todas as áreas. Hoje, das 2.236 mulheres que trabalham na empresa, 370 estão na área de tecnologia, como a Marcia. Elas também compõem a base de liderança do iFood, com as mulheres ocupando 43% dos cargos. Na alta liderança, representam 29%.

Esses números são resultado da iniciativa da empresa para contratar, desenvolver e promover mais mulheres. Desde 2020, o iFood conta com um programa específico para desenvolver as competências dessas profissionais e reduzir o gap de gênero em cargos de liderança — o Agora É Que São Elas.

Para promover a diversidade e a inclusão, a empresa também oferece trilhas de desenvolvimento e programas específicos, como o Reprograma (capacitação profissional em tecnologia de mulheres em situações de vulnerabilidade) e o Vamo AI (formação em desenvolvimento backend para mulheres e pessoas negras de baixa renda).

Com essas ações, a meta do iFood é chegar a 2023 com 50% de mulheres na liderança e 35% na alta liderança. Afinal, promover um ambiente mais diverso e com mais mulheres na liderança é um dos compromissos da plataforma em seu caminho para desenhar agora um futuro mais inclusivo e com mais oportunidades para todos.

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