Liderança feminina: entenda a peça-chave do desenvolvimento

Em 2019, as mulheres ganharam 77,7% do salário dos homens. Essa diferença é ainda maior em cargos de maior rendimento, como diretores e gerentes - onde, no mesmo ano, as mulheres ganharam apenas 61,9% do rendimento dos homens. Os dados são de uma publicação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2019, as mulheres ganharam 77,7% do salário dos homens. Essa diferença é ainda maior em cargos de maior rendimento, como diretores e gerentes – onde, no mesmo ano, as mulheres ganharam apenas 61,9% do rendimento dos homens. Os dados são de uma publicação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2022, as mulheres são chefes de estado, cientistas, CEOs, artistas, mães… – ou tudo isso ao mesmo tempo agora , mas ainda não conseguem o mesmo reconhecimento e recompensa que os homens. E é só com muita luta que esta dura realidade está mudando, mesmo a passos lentos, ao longo dos anos. A liderança feminina nunca esteve tão presente como nos dias atuais, provando que uma sociedade só cresce onde as mulheres tem espaço justo para crescer.

A liderança feminina hoje é tema central de discussões em grandes corporações. Diversidade e Inclusão são pautas essenciais para empresas que olham para um futuro com mais oportunidades para todos. E isso vem levando ao crescimento no número de lideranças femininas. O que é resultado do enfrentamento dos desafios e da luta das mulheres, reivindicando espaço no mercado e mudança na visão cultural e histórico de discriminação de gênero.

Entenda a importância da liderança feminina, seus benefícios, desafios e exemplos no mundo todo de mulheres no poder.

O que é liderança feminina?

A liderança feminina é o termo usado para definir o papel de mulheres em posições de influência e poder em relação à gestão de pessoas e tomada de decisão em grandes empresas, corporações, entidades públicas, governos, entre outros. Nesse sentido, liderança é definida como a influência interpessoal realizada em uma ocasião e por meio do processo de comunicação humana para alcançar um ou mais objetivos específicos.

Por que falar de liderança feminina?

Falar de liderança feminina é importante e urgente uma vez que as mulheres representam apenas 27% do total de cargos de liderança no mundo todo, segundo dados do relatório Global Gender Gap Report 2021, do Fórum Econômico Mundial.

A participação feminina no mercado de trabalho cresceu de forma exponencial nas últimas décadas. O aumento da escolaridade, informatização da economia e a luta feminista por direitos iguais são algumas causas desse crescimento.

Mas as posições de liderança ainda são predominantemente masculinas.

Entre as maiores 500 companhias dos Estados Unidos listadas pela Fortune, apenas 4% têm mulheres em cargos de liderança.

A conclusão faz parte do estudo Women in Leadership? Why it matters, da Fundação Rockefeller.

Além do mais, o estudo do Fórum Econômico Mundial projeta que serão necessários 267 anos para acabar com a diferença de gênero no que se refere à participação econômica e de oportunidades.

Benefícios da liderança feminina no mercado de trabalho

O relatório Diversidade Importa verificou que, na América Latina, empresas com diversidade de gênero têm 14% mais chance de melhor performance financeira do que suas concorrentes.

O estudo foi realizado em 2020 pela empresa de consultoria norte-americana McKinsey.

A liderança feminina e a diversidade de gênero trazem, além dos financeiros, outros benefícios às organizações. Exemplos disso são uma companhia mais sólida e saudável, mais inovação e motivação e melhor retenção de talentos.

Desafios da liderança feminina no mercado de trabalho

Mesmo com todos os avanços no mercado de trabalho e a conquista da liberdade profissional e pessoal das mulheres nas últimas décadas, a liderança feminina ainda enfrenta obstáculos dentro das organizações.

Diferença salarial, padrões masculinos das instituições, a conciliação entre vida profissional e pessoal são alguns desafios a serem superados.

Preconceito, machismo, decriminação de gênero são só alguns dos fatores que causam dificuldades para a liderança feminina.

Principais características da liderança feminina

A liderança feminina é mais propensa a desenvolver algumas características que trazem diferenças na forma de pensar e gerir, vantagens em relação à multiplicidade de ideias e mudanças de perspectiva em relação à visão de mundo predominantemente masculina. Algumas delas são a orientação a pessoas, cooperação, inteligência emocional, empatia, criatividade, liderança horizontal, predomínio do emocional, entre outras.

Exemplos de liderança feminina

Angela Merkel, ex-chanceler da Alemanha, Tsai Ingwen, presidente de Taiwan, Jacinta Arden, primeira-ministra da Nova Zelândia, Katerina Sakellaropoulou, presidente da Grécia, Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, são exemplos de líderes femininas.

Essas líderes tiveram e têm forte atuação política mundial, principalmente nas ações de combate à Covid-19.

Sarah Gilbert, cientista britânica que criou a vacina AstraZeneca e Susan Arnold, primeira presidente mulher CEO da Disney, são algumas líderes femininas mundiais de destaque atualmente no setor privado.

No Brasil, destacam-se Djamila Ribeiro, escritora e filósofa brasileira, Sandra Benites, primeira curadora indígena do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Como aumentar a liderança feminina nas empresas?

A criação de uma cultura inclusiva é uma das principais medidas para aumentar a liderança feminina nas empresas.

Esta e outras cinco ações são os pilares que compõem os fundamentos do estudo Women in Business 2021, realizado há 17 anos pela empresa de consultoria Grant Thornton.

Entre as práticas sugeridas a empresas que buscam mais inclusão e igualdade de gênero, estão:

  • liderar um plano de ação;
  • conhecer índices de diversidade;
  • atrair e reter talentos;
  • permitir oportunidades de desenvolvimento e progresso;
  • promover a diversidade no quadro de funcionários.

Como desenvolver a liderança feminina?

Iniciativas públicas e privadas são fundamentais para o desenvolvimento da liderança feminina em diversos setores.

Entre essas iniciativas, destacam-se ONU Mulheres, More Grls, He for She (ONU), Movimento Mulher 360.

Entre as medidas para desenvolver a liderança feminina estão:

  • programas de formação em liderança feminina;
  • cotas de gênero, mentoria e coaching;
  • flexibilização do trabalho;
  • definição de metas e cotas para paridade de gênero em posições de liderança.

Assegurar às mulheres igualdade de oportunidades nos processos de tomada de decisão é uma meta tanto do o Conjunto Mínimo de Indicadores de Gênero (CMIG).

A pauta também está na Agenda 2030, programa das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável.

Outra medida de desenvolvimento da liderança são as cotas eleitorais para candidaturas femininas.

No Brasil, as cotas são obrigatórias e devem ser no mínimo 30% e no máximo 70% de candidaturas de cada sexo, por cada partido ou coligação partidária.

Em 2018, 32,2% das candidaturas para o cargo de deputado federal foram de mulheres, em comparação a 31,8%, em 2014.

Liderança feminina no Brasil

Com todos os avanços das últimas décadas, o caminho para a paridade de gênero em cargos de liderança nos setores público e privado ainda é longo e demanda muito trabalho.

Iniciativas públicas e privadas, movimentos sociais e lideranças femininas em diversos setores têm desempenhado um papel importante para encurtar a distância entre gêneros nos cargos de chefia.

No Brasil, 62,6% dos cargos gerenciais eram ocupados por homens e 37,4% pelas mulheres, em 2019, segundo dados da Estatísticas de Gênero, indicadores sociais das mulheres no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

A boa notícia é que mais de 80% de 86 empresasde grande e médio porte brasileiras disseram considerar a pauta de diversidade e inclusão importante para a organização.

O dado faz parte da pesquisa Diversidade de Gênero e Raça nas Lideranças Organizacionais, do Instituto Brasileiro de Governança (IBGC).

Os dois principais temas em torno dos quais as organizações têm desenvolvido ações são diversidade de gênero e de raça.

5 filmes sobre liderança feminina

De poderosa editora de moda a ativista ambiental de uma cidade do interior dos Estados Unidos, protagonistas de filmes sobre liderança feminina têm papel de destaque no cinema.

Elas podem ensinar importantes lições sobre empoderamento feminino, empreendedorismo, desenvolvimento pessoal e relacionamentos..

Listamos cinco filmes recentes sobre liderança feminina que você pode gostar e aprender com eles.

  1. Diabo Veste Prada (2006): O filme retrata a jornada da recém-formada jornalista Andrea Sachs (Anne Hathaway) como assistente da poderosa editora-chefe Miranda Priestly (Meryl Streep) da Runway, a principal revista de moda de Nova Iorque.
  2. Joy: O Nome do Sucesso (2015): Joy Mangano (Jennifer Lawrence) é uma mãe solteira que luta contra dificuldades financeiras e problemas familiares enquanto aposta em ideias e invenções. Baseado na história real da empreendedora e inventora do Magic Mop, o filme é uma aula de inovação, empreendedorismo e resiliência.
  3. Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento (2000): Erin Brockovich (Julia Robert), mãe de três filhos, trabalha em um escritório de advocacia onde encontra diversos casos arquivados de contaminação da água em uma pequena cidade da Califórnia. O filme mostra a história real de como a ativista ganhou um processo de 330 milhões de dólares contra a Pacific Gas and Electric Company.
  4. Estrelas Além do Tempo (2016): As cientistas afro-americanas Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) desempenharam papel fundamental na NASA, durante a Guerra Fria e a corrida espacial. Nessa história real, elas lidam com o preconceito e a tensa cisão racial dos anos 60.
  5. A Dama de Ferro (2011): Margaret Thatcher (Meryl Streep) foi Primeira-Ministra britânica por 10 anos e ficou conhecida por suas posições firmes e medidas impopulares. Esteve à frente de importantes questões políticas como a Guerra das Malvinas contra a Argentina.

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