Campanha incentiva empresas a contratar quem não tem diploma superior

Nova campanha quer incentivar as empresas a contratar mais pessoas sem diploma universitário; saiba como.

Nos EUA, companhias como Google e IBM apoiam movimento e apostam na capacitação para dar mais oportunidade de crescimento a quem não cursou faculdade.

Será que é preciso ter um diploma do ensino superior para fazer sucesso na vida profissional? Esse é o questionamento feito por uma nova campanha que busca conscientizar empregadores de que pessoas que têm diferentes jornadas de aprendizado e se qualificam de outras maneiras também podem ser excelentes profissionais, relata um artigo da Fast Company.

Nos Estados Unidos, 15 empresas aderiram ao movimento e assinaram um compromisso para facilitar a contratação de pessoas sem formação universitária, que foram batizadas de STARs (“skilled through alternative routes“, ou treinadas em rotas alternativas). São profissionais com 25 anos ou mais, sem ensino superior completo, mas que já fizeram cursos de capacitação, treinamentos (e até serviço militar).

Segundo a organização Opportunity@Work, que lidera essa campanha, existem 70 milhões de STARs apenas nos Estados Unidos (o equivalente à metade da força de trabalho do país). Essas pessoas em geral são qualificadas, mas nos últimos 40 anos estão participando menos do mercado de trabalho porque as empresas buscam funcionários com nível superior completo.

Atualmente, os STARs ocupam 46% dos cargos que oferecem possibilidade de ascensão social; em 2000, eram 54%, aponta um estudo da Opportunity@Work. E o uso de algoritmos nos processos de seleção pode piorar a situação, uma vez que muitas empresas dispensam automaticamente os currículos de quem não tem nível superior para reduzir o volume de candidatos. A posição de programador/a é uma das afetadas, segundo a pesquisa.

Outro problema é que, mesmo quando essas pessoas são contratadas, seu salário em geral é menor do que o de colegas com formação universitária —e os STARs hoje ganham, em média, menos do que em 1976. A saída, de acordo com a campanha, é tirar a exigência de diploma sempre que for possível nos processos seletivos.

Empresas investem em capacitação

Entre as empresas que aderiram à iniciativa, algumas criaram treinamentos, como a Accenture e a IBM (que tirou a exigência de diploma de metade das vagas que abre).

A Google, que apoia a campanha, já formou 300 mil pessoas em seu programa online de treinamento, criado em 2018, e que emite um certificado reconhecido por 150 empresas.

Para incentivar a educação ao longo da vida, o iFood Decola oferece mais de cem cursos de capacitação gratuitos, de diversas áreas do conhecimento, para restaurantes, entregadores e parceiros do varejo. Desde que foi criado, em 2021, mais de 215 mil certificados já foram entregues a mais de 75 mil pessoas.

“Se pudermos integrar os STARs em vez de excluí-los, vamos tornar as práticas de contratação mais intencionais e abrangentes”, diz Will Villota, vice-presidente de marketing e comunicações da Opportunity@Work, à Fast Company.

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