Expo Favela mostra a veia empreendedora da quebrada

Evento em São Paulo reuniu mais de 30 mil pessoas e 350 negócios criados e geridos na favela

Quem olha para a favela apenas como um lugar de escassez e pobreza precisa começar a trocar as suas lentes e passar a enxergar a morada de mais de 17 milhões de pessoas como um foco de cultura, inovação e empreendedorismo.

Sim, quem mora na quebrada tem muito espírito empreendedor. Seja por oportunidade ou necessidade, três em cada quatro pessoas que vivem em favelas (76%) têm, já tiveram ou pretendem um dia ter seu negócio próprio, aponta uma pesquisa do Data Favela divulgada no primeiro dia da Expo Favela, evento realizado entre os dias 15 e 17 de abril de 2022 em São Paulo (SP), e que contou com o iFood como um de seus patrocinadores. 

A pesquisa também revela que metade dessa população se considera empreendedora e 41% têm um negócio próprio. “Ao invés de lamentar, os moradores das favelas estão empreendendo, estão chamando para si a responsabilidade de suas vidas”, explicou Renato Meirelles, fundador do Data Favela ao Notícias Concursos.

Quem foi à Expo Favela pôde ver de perto a veia empreendedora de quem vive afastado do centro expandido das cidades. No evento, os investidores do asfalto se conectaram e conheceram os negócios criados e geridos na favela.

Mais de 30 mil pessoas, entre famosos, políticos, executivos de grandes empresas, investidores e público em geral, passaram por lá para conhecer de perto os novos empreendedores da quebrada. 

“Pudemos trocar e aprender com os empreendedores. Foi uma excelente oportunidade de relacionamento e novas conexões, especialmente para as áreas de impacto socioambiental e de políticas públicas, que têm buscado constantemente o diálogo com comunidades e o terceiro setor”, afirma Danielle Sá, coordenadora de EMI do iFood. “Participar do evento nos honrou e enriqueceu.” 

‘Revolução social silenciosa’

No espaço para expositores, 350 empreendedores conversaram, trocaram experiências e buscaram financiamento para voos mais altos. Entre os negócios presentes havia soluções para educação, saúde, sustentabilidade e meio ambiente, cultura, economia criativa, mobilidade e logística, gastronomia, comunicação, moda, finanças entre outras tantas áreas.

“Esse é o desdobramento de uma revolução social silenciosa feita por um ex-mendigo que prometeu nunca mais pedir dinheiro. Não é só uma feira, é um movimento que não tem volta”, disse Celso Athayde, CEO da Favela Holding e idealizador do evento à Folha de S.Paulo.

O iFood também marcou presença na conversa. Johnny Borges, gerente de Políticas Públicas na área de Comunidades do iFood palestrou sobre as transformações no ecossistema decorrentes da relação negócio e sociedade. Para falar sobre a importância da educação para evitar um apagão tecnológico, Kelly Baptista, líder da Fundação 1Bi, e Leonardo Oliveira, coordenador de Branding e Reputação do iFood, conduziram outra palestra.

No campo da mentoria, Camilla Gurgel, do time de inovação do iFood, e Cleo Santana, Community Manager da foodtech, fizeram duas sessões sobre como tirar uma ideia do papel e como fazer um pitch “matador”. 

Nos dias do evento, o iFood direcionou as doações no app à CUFA (Central Única das Favelas) para apoiar a organização e também o empreendedorismo nas favelas.

A história não acaba aqui: o próximo capítulo será a estreia do reality show Expo Favela – O Desafio, na Rede Globo, transmitido nos dias 23/4, 30/4 e 7/5 durante o programa É de Casa. Dez startups foram escolhidas e vão apresentar seus negócios para quatro jurados, que elegerão uma campeã. Para se preparar, esses empreendedores receberam suporte de mentores —e uma delas foi a Cleo. Vai perder essa?

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