Mercado de trabalho em transformação: conheça os desafios e possibilidades

O mercado de trabalho passa por transformações profundas e radicais em níveis globais. Isso tem exigido cada vez mais qualificação, flexibilidade e mudança de mentalidade e cultura tanto de trabalhadores como de empresas. Por isso, conheça mais sobre o panorama atual do mercado de trabalho, perfil dos trabalhadores, a realidade brasileira e como se adaptar aos novos tempos.

O mercado de trabalho passa por transformações profundas e radicais em níveis globais.

Isso tem exigido cada vez mais qualificação, flexibilidade e mudança de mentalidade e cultura tanto de trabalhadores como de empresas.

Por isso, conheça mais sobre o panorama atual do mercado de trabalho, perfil dos trabalhadores, a realidade brasileira e como se adaptar aos novos tempos.

O que é mercado de trabalho?

Mercado de trabalho é o espaço de interação entre quem oferece postos de trabalho e quem está em busca de colocação ou recolocação profissional.

Nesse sentido, as vagas de trabalho podem ser oferecidas pelo setor privado, setor público e misto de todos os tamanhos e segmentos.

Níveis salariais, taxas de emprego e desemprego, desigualdades de renda, aumento da produtividade e investimentos em qualificação são algumas variáveis do funcionamento do mercado de trabalho.

Mais do que uma fonte de renda, o mercado de trabalho é um meio para o crescimento e realização profissionais, com qualificação profissional e planos de carreira.

Mercado de trabalho atual

O mercado de trabalho atual tem sofrido as consequências da pandemia da Covid-19, que impôs isolamento e distanciamento sociais, trabalhos remotos e paralisação de serviços.

Apesar de uma tímida e descentralizada recuperação no mercado de trabalho, em 2021, o desemprego mundial deve ficar acima dos níveis pré-pandemia até, pelo menos, 2023.

Em 2022, haverá 207 milhões de desempregados no mundo. Em 2019, eram 186 milhões.

A previsão é do estudo Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo (World Employment and Social Outlook: Trends 2022 Weso Trends), da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Mas há esperanças de um futuro mais justo e diverso no mercado de trabalho global, que deverá ser centrado nas pessoas, segundo recomendações do relatório da OIT.

Sendo assim, a recuperação do mercado de trabalho vai depender de crescimento e desenvolvimento econômico inclusivo, proteção e diálogo sociais, saúde, segurança e equidade.

Importância da diversidade no mercado de trabalho

A diversidade no mercado de trabalho inclui pessoas de diferentes gerações, gênero, orientação sexual, cor, etnia, condição socioeconômica, religião, origem e portadores de deficiência física e mental.

Além de melhorar a imagem e reputação organizacional, a diversidade no mercado de trabalho pode contribuir para as mudanças estruturais da sociedade, como racismo, sexismo e desigualdade; aumentar a eficiência da organização; qualificar a cultura organizacional; desenvolver soluções inovadoras.


Mulheres
no mercado de trabalho

Globalização, informatização da economia e luta por igualdade de direitos e oportunidades permitiram a entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho desde os anos 1980.

Mas foram as mulheres as mais afetadas com o desemprego, principalmente no começo da pandemia da Covid-19, no primeiro semestre de 2020.

Em 2021, 43,2% das mulheres economicamente ativas no mundo estavam empregadas, em comparação com 68,6% dos homens, segundo levantamento da OIT.

Nesse sentido, muitas mulheres foram obrigadas a deixar seus trabalhos por causa do fechamento de escolas e creches e cuidar dos filhos em tempo integral.

Jovens no mercado de trabalho

Mais do que qualquer outro grupo etário, jovens entre 15 e 24 anos foram os que mais sofreram os efeitos da pandemia da Covid-19, de acordo com dados da OIT.

Isso porque o emprego de jovens no mundo recuou 8,7% em 2020 em comparação aos 3,7% em 2019.

A causa desse cenário pode ser explicada por três motivos: jovens são a maioria na busca pelo primeiro emprego; a admissão e demissão de jovens custa mais barato para empresas; e jovens empreendedores são mais vulneráveis do que adultos ante crises econômicas.

Pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Políticas de inclusão dos setores públicos e privados, como cotas, são a principal porta de entrada de pessoas com deficiências (PCD) física ou mental no mercado de trabalho.

Um estudo do Ibope, realizado em 2019, apontou que 89% dos trabalhadores com deficiência foram admitidos pelo sistema de cotas nas 510 empresas brasileiras pesquisadas.

No Brasil, a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência e Deficientes (Lei 8.213/91) prevê a reserva de dois a cinco por cento das vagas para pessoas com deficiências ou recuperadas em empresas com 100 ou mais funcionários.

Idosos no mercado de trabalho

O aumento da média da idade populacional tem causado impacto no mercado de trabalho, com a participação de idosos entre a população economicamente ativa (PEA).

A inserção ou reinserção de idosos no mercado de trabalho contribui para o incremento das atividades econômicas, a transferência de conhecimento e alivia o sistema previdenciário.

A Suécia é o país europeu que mais emprega trabalhadores idosos (pessoas acima dos 65 anos), de acordo com estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD).

Negros no mercado de trabalho

Os homens negros no mercado de trabalho recebem salários menores, ocupam menos cargos de liderança e têm menos escolaridades do que brancos nos Estados Unidos.

Já as mulheres negras ocupam mais postos de trabalho do que as mulheres brancas.

Em 2019, 60,5% das mulheres negras norte-americanas estavam empregadas. O percentual de mulheres brancas trabalhando, por sua vez, foi de 57,4%.

No Brasil, os negros representam 55% da população total, mas ocupam apenas 2,4% dos cargos de direção nas empresas, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Além da ausência na direção e gerência, homens e mulheres negros receberam salários inferiores aos de homens e mulheres brancas no segundo trimestre de 2020 no Brasil.

Quer saber como contribuir para um mercado de trabalho sem racismo? Confira aqui!

Desigualdade de gênero no mercado de trabalho

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho reflete questões sociais e políticas presentes no cotidiano das mulheres em diversos contextos socioeconômicos.

Os postos de trabalho das mulheres encolheram 4,4% ante 3% dos homens entre 2020 e 2021 em termos mundiais. Os dados são do relatório da OIT.

Afazeres domésticos, cuidado integral ou parcial dos filhos, falta de rede apoio familiar e pública, baixa representatividade política são alguns fatores que causam tal desigualdade.

Apesar de mais escolarizadas do que os homens e serem maioria da população, 54,4% das mulheres com mais de 15 anos integram a força de trabalho no Brasil. Entre os homens esse percentual chega a 73,3%

O dado faz parte do estudo Estatísticas de Gênero, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Melhorar os mecanismos de inclusão de grupos mais vulneráveis no mercado de trabalho aumenta a chance de colocação ou recolocação profissional deles.

Ter mais pessoas empregadas significa melhora na economia e desenvolvimento dos países.

Mas a criação de um mercado de trabalho mais inclusivo exige esforços por parte das organizações públicas e privadas.

Algumas medidas podem criar oportunidades de inclusão, tais como:

  • Políticas ativas do mercado de trabalho: políticas públicas de inclusão e ajuda a desempregados, como programas de treinamento e capacitação;
  • Formação para aumentar as habilidades digitais e melhorar a empregabilidade;
  • Assistência à procura de emprego e subsídios ao emprego;
  • Acesso a serviços sociais, de saúde e educação, creche, habitação e outros;

  • Ações afirmativas
    , como cotas e reserva de vagas/
  • Campanhas públicas como a Projeta o Trabalho e O Futuro que queremos.

Mercado de trabalho no Brasil

Apesar do alto índice de desemprego, que atinge 13,5 milhões de brasileiros, houve uma intensificação da retomada do mercado de trabalho no Brasil.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mostram que a população ocupada cresceu 11,4% no último trimestre de 2021.

E o número de trabalhadores com vínculo – empregados com carteira, funcionários públicos e militares- cresceu 49,6% em 2020 em relação ao ano anterior.

A importância da cultura digital no mercado de trabalho

A globalização de mercados e a revolução tecnológica são dois fatores importantes para compreender a transformação organizacional acelerada das últimas duas décadas.

Redes de telecomunicações, poderosos computadores, dispositivos móveis de comunicação, trabalhadores capazes de falar uma linguagem digital transformaram empresas.

Agora a revolução digital faz com que as empresas se reinventem, adotem uma nova mentalidade, entendendo a importância da cultura digital no mercado de trabalho.

Big data, e-commerce, inteligência artificial, computação em nuvem, internet das coisas são tecnologias em alta no mercado de trabalho.

Em 2025, estima-se que o tempo gasto em atividades cotidianas do ambiente de trabalho seja o mesmo de humanos e máquinas.

A conclusão é do relatório The Future of Jobs 2020, do Fórum Econômico Mundial.

Recolocação no mercado de trabalho

Com a abertura de novas vagas e oportunidades no setor formal da economia, profissionais em busca de uma recolocação no mercado de trabalho podem comemorar.

A área de tecnologia é a que oferece mais perspectivas por causa da escassez de mão de obra qualificada e da possibilidade de trabalhar remotamente.

A conclusão é do Guia Salarial 2022 da consultoria de Recursos Humanos Robert Half.

Para 69% dos executivos encontrar profissionais qualificados será desafiador em 2022.

A qualificação profissional será imprescindível para recolocação no mercado de trabalho.

Quer entender como o iFood aprimora políticas de trabalho justo? Dá uma olhada aqui.

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