Engana-se quem pensa que programar é só para quem é fera em matemática
Muitas vagas de emprego estão surgindo para quem quer fazer carreira em tech. O setor de TI (tecnologia da informação), por exemplo, cresceu 10,7% entre outubro e novembro de 2021, muito acima do setor de serviços (2,4%), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Segundo as últimas estatísticas, o mercado brasileiro demanda 159 mil profissionais por ano na área de tecnologia, mas cerca de 100 mil vagas continuam sem ser preenchidas por falta de profissionais com qualificação, aponta o último estudo da Brasscom (Associação Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais). Nesse ritmo, o país terá um apagão tecnológico, com um déficit acumulado de 797 mil profissionais até 2025.
Esse cenário mostra uma boa oportunidade para quem quer fazer carreira em tecnologia, especialmente em programação, uma das habilidades mais desejadas no mercado. A questão é: por onde começar? Primeiro, é preciso se informar sobre as profissões em programação para saber o que agrada. Mas nada de se limitar aos mecanismos de busca na internet.
“Participe de eventos, meetups, siga pessoas que falam de programação, veja vídeos, entre nas comunidades de tecnologia. Um mergulho nesse universo vai fazer com que você perceba o que faz sentido para você e o que não faz”, aconselha Roberta Piozzi, coordenadora de educação do iFood e do Potência Tech, que busca formar mais pessoas de grupos sub-representados para trabalhar com tecnologia.
Depois, é preciso derrubar alguns mitos que acabam afastando a maioria das pessoas do mundo da programação. “Eles precisam ser desmistificados para que seja possível trazer mais gente para esse universo. Equipes mais diversas têm performance melhor”, completa.
Quer saber quais são essas barreiras? Roberta esclarece, a seguir, quais são os quatro principais mitos que devem ser superados por quem quer começar a programar.
Preciso ser fera em matemática
Muita gente acha que programação é só para quem gosta de matemática. Roberta enfatiza que esse é um mito muito comum —e o primeiro que deve ser derrubado. “Não é preciso saber matemática, e sim lógica. A programação é mais baseada na lógica do código do que na matemática em si”, esclarece.
Programar não é coisa pra mulher
Mulher também tem espaço no mercado de programação? “Com certeza absoluta, é isso o que a gente quer”, reforça Roberta. “Muitas mulheres estão se inscrevendo nos cursos de programação, e seu desempenho tem sido muito bom nos projetos que temos trabalhado no iFood, como o iLab. Lugar de mulher é na tecnologia, sim.”
As histórias da Marcia Castagna, engenheira de software sênior do iFood, e da Ester Lourenço, engenheira de software que fez parte da turma do iLab e foi contratada em 2022, estão aí para confirmar o que a Roberta diz.
Estou velho/velha demais pra isso
“Jamais”, diz Roberta. “Estamos vendo muitas pessoas fazendo migração de carreira e vindo para a área de tecnologia.” O Potência Tech, por exemplo, teve muitos participantes com mais de 40 anos. “Sou do time que acha que podemos começar uma nova carreira no momento em que quisermos”, completa Roberta.
Não preciso aprender nada além de tecnologia
Aprender a programar é o primeiro passo para fazer carreira em tecnologia, mas para ir avançando do nível júnior para o pleno e o sênior é preciso aprender outras habilidades, como as soft skills. “Não dá para achar que vai ficar só ali codando. É preciso entender do negócio, saber trabalhar em equipe, ser ágil e ter um olhar para o todo. É isso que vai ajudar você a ocupar as melhores vagas”, diz Roberta.
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