Logística reversa: o que é e como funciona

Você sabia que, graças à logística reversa, 93% das embalagens plásticas de agrotóxicos comercializados no Brasil têm destinação ambiental adequada? 

Instrumento fundamental para diversos setores produtivos, ela traz benefícios ambientais, sociais e econômicos para toda sociedade. 

Portanto, conheça mais sobre o conceito de logística reversa, funcionamento do ciclo, seus tipos e a legislação brasileira vigente sobre o tema. 

O que é logística reversa?

Antes de mais nada, logística reversa é um conjunto de ações e meios para a realização da coleta, desmonte, processamento e retorno de produtos às empresas para o reaproveitamento na cadeia produtiva ou para o descarte ambiental adequado. 

Além disso, ela completa o ciclo tradicional, que leva os produtos dos fornecedores até os clientes intermediários ou finais. 

Nesse sentido, o ciclo da logística reversa envolve consumidores, comerciantes, fabricantes e importadores, cooperativas de catadores e reciclagem e o poder público. 

Qual a diferença entre coleta seletiva e logística reversa?

A coleta seletiva é o processo de recolhimento de resíduos sólidos previamente separados de acordo com sua composição. Dessa forma, esses resíduos podem ser reciclados ou não.  

Assim, podemos realizar a coleta de porta a porta ou em pontos de entrega voluntária (PEV)

A logística reversa, enquanto isso, vai levar de volta à empresa produtos para reutilizar ou descartar adequadamente. 

Como funciona o ciclo da logística reversa?

O ciclo da logística começa com o consumidor, que é responsável por descartar os resíduos da forma correta e nos locais estabelecidos pelos seus sistemas. 

Já o setor privado fica encarregado do gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos, a reincorporação na cadeia produtiva, bem como pelo uso racional dos materiais. 

Por fim, o poder público faz a fiscalização do processo e cria programas de conscientização e educação para o descarte correto.

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Qual o principal objetivo da logística reversa?

O principal objetivo da logística reversa para as empresas é o de atender três fundamentos: econômico, ambiental ou legal. 

No quesito ambiental, a empresa que adota esta estratégia ganha o selo de empresa verde, ambientalmente responsável, o que gera mais competitividade e boa reputação.   

Enquanto isso, na parte econômica, o conceito pode ajudar na redução de custos e obtenção de lucro com a recuperação de produtos ou parte deles,   

Portanto, adequação à legislação vigente é um outro fator que faz empresas lançarem mão deste processo, especialmente aquelas que se enquadram na lei vigente, no caso do Brasil. 

Quais os benefícios da logística reversa?

Os benefícios da logística reversa são inúmeros, tanto para o meio ambiente como para a economia.  

De acordo com Sistema de Informações sobre Gestão de Resíduos Sólidos (SINIR), órgão Ministério do Meio Ambiente, conheça alguns de seus benefícios: 

  • Estímulo ao reuso, à reciclagem e ao tratamento de resíduos; 
  • Diminuição de CO2 na atmosfera, que pode conter o aquecimento global; 
  • Compartilhamento da responsabilidade por resíduos sólidos entre os setores público e privado e sociedade civil; 
  • Aumento da eficiência do uso de recursos naturais; 
  • Incentivo ao reuso,  reciclagem e tratamento de resíduos sólidos; 
  • Aumento da vida útil de aterros sanitários por meio do realocamento de resíduos que podem voltar à cadeia produtiva, evitando assim a contaminação do solo. 
  • Desenvolvimento de produtos ambientalmente sustentáveis. 

Quais os principais tipos de logística reversa?

Existem três principais tipos: pós-venda, pós-consumo e reuso

No pós-venda, um item é devolvido por apresentar defeito ou por não atender a expectativa do consumidor (defeito, tamanho  errado, mal funcionamento etc). Nesses casos, o cliente retorna o produto à empresa, que pode aproveitá-lo ou não. 

A logística reversa pós-consumo refere-se ao descarte e reutilização do resíduo produzido pelo consumo de um determinado produto. 

Assim, no pós-consumo, que ganha cada vez mais adeptos, os resíduos que resultam do consumo de um produto têm como destino a reciclagem, a reutilização ou o descarte correto. 

Um exemplo do cotidiano são as garrafas retornáveis, que podem ser devolvidas em postos de trocas para serem reutilizadas mais algumas vezes. 

Outro exemplo são as  lâmpadas fluorescentes, que, depois de descartadas em pontos de coleta, são destinadas à indústria de reciclagem para a  produção de cerâmica, por exemlo.

Enquanto isso, o reuso consiste em vender, por meio de leilões, itens que seriam descartados, como móveis, carros, eletrônicos, livros etc. Assim as empresas conseguem lucrar com as vendas. 

Exemplos práticos de logística reversa

Um exemplo da aplicação da logística reversa é a implantação do  Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral. 

O objetivo desse sistema é descartar ambientalmente correto de embalagens para se reciclar e reutilizar. 

Funciona da seguinte forma: o consumidor separa as embalagens pós-consumo. Dessa forma, o sistema de coleta da cidade vai recolher esse material e o levar a cooperativas e associações de catadores e reciclagem, onde vão realizar a triagem.

Daí, o comércio atacadista de recicláveis revende o material a recicladores, que fazem a reciclagem do material. Uma vez reciclado, o material chega a indústrias que fabricam produtos com materiais reciclados. Empresas produzem, distribuem e comercializam os produtos com os reciclados. 

Logística reversa no Brasil

O conceito no no Brasil está amparada pela Lei 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). 

E no começo de 2022 foi instituído o Programa Nacional de Logística Reversa, que tem como objetivo a coordenação e integração dos seus diferentes sistemas. 

O artigo 33 da lei estabelece que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e produtos eletrônicos  são obrigados a implementar sistemas de logística reversa. 

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, entre 2019 e 2020 foram recolhidas 470 toneladas de eletrônicos nos 3100 pontos de recolhimento de todo país. 

Além dos eletrônicos, o Brasil recolheu 275 mil toneladas de baterias, que foram recicladas, gerando 144 mil toneladas de chumbo, evitando a contaminação do solo e lençol freático. 

Por fim, o Brasil sustenta também o título de recordista mundial de recolhimento e reciclagem de latas de alumínio. Em 2020, foram recicladas 31 bilhões de latas de alumínio no país. 

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