Mulheres representam um terço dos profissionais em tecnologia

Como está a presença das mulheres na área de tecnologia? Estudos revelam em que setores e cargos sua participação é maior —e onde fica devendo.

Presença feminina vem crescendo na área,
mas ainda falta ganhar espaço nas posições técnicas

 

Em 2022, uma em cada três pessoas que trabalham em empresas de tecnologia no mundo será uma mulher. Isso representa um aumento de 2 pontos percentuais em relação a 2019. Mas só uma em cada quatro estará ocupando um cargo técnico, destaca um estudo global realizado pela consultoria Deloitte, que considera esse avanço pequeno, mas representativo.

Essa é uma realidade semelhante à brasileira, onde as mulheres correspondiam a 32,6% dos profissionais empregados na área de tecnologia em 2020, de acordo com o relatório Diversidade no Setor TIC, realizado pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais).

Olhando para os níveis hierárquicos, a participação das brasileiras é maior no meio e no alto da pirâmide das empresas de tecnologia. As mulheres ocupam 41% dos cargos de assistente e 42% dos postos de coordenador e especialista, um nível antes do topo (que segue sendo masculino, com 67% de homens ocupando postos de diretor e de gerente).

A disparidade entre os gêneros, segundo a Brasscom, é levemente maior nos subsetores de serviços e software —que concentram 76% das contratações na área. A presença feminina é maior em áreas administrativas, financeiras e de recursos humanos e menor em funções técnicas, aponta o relatório.

Ao analisar o desempenho de 20 grandes empresas de tecnologia que empregam 100 mil pessoas, o estudo da Deloitte vai na mesma direção e mostra que a proporção de mulheres é maior na força de trabalho em geral (elas representam 32,9% dos empregados de uma empresa de tecnologia) do que em cargos técnicos (25%).

Presença feminina

Olhando para o movimento do mercado, a presença feminina no setor de tecnologia cresceu 60% em cinco anos —de 27,9 mil profissionais empregadas em 2015 para 44,5 mil em 2020, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Além disso, as brasileiras estão se interessando mais pelos empregos na área de tecnologia da informação. De janeiro a maio de 2021, 12.716 candidatas concorreram a vagas nessa área —no mesmo período de 2020, esse número foi de 10.375, ou seja, 22,6% menor, aponta o Banco Nacional de Empregos. Destas, 4.318 foram contratadas em janeiro de 2021, um aumento de 116% em relação ao ano anterior.

Segundo o estudo da Deloitte, as empresas globais, especialmente as de grande porte, vêm se esforçando para contratar e promover mulheres em prol da diversidade, mas os resultados estão sendo percebidos aos poucos.

No iFood, as mulheres foram maioria na primeira seleção do iLab, o programa de aceleração de talentos em tecnologia criado em 2021. “Elas representaram 52,5% da turma e se saíram super bem nas avaliações, mostrando muita qualidade técnica”, afirma Marilia Leocadio, coordenadora de desenvolvimento de pessoas em tecnologia do iFood.

Ela ressalta que as mulheres fazem parte da história da tecnologia, como a matemática inglesa Ada Lovelace, que escreveu o primeiro algoritmo. “As primeiras programadoras do mundo eram mulheres, mas foram colocadas de lado quando os homens viram que esse trabalho relevante”, diz Marilia. “Nada mais justo do que voltarmos para esse lugar de prestígio.”

Para as mulheres que querem se inspirar e fazer carreira em tecnologia, que tal conhecer a história de duas engenheiras de software do iFood? A Marcia Castagna e a Ester Lourenço contam, na seção Histórias Reais, como foram suas trajetórias nessa área.

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