“A educação é a contribuição social do iFood para o Brasil”

Luanna Luna, head de Educação da empresa, fala sobre a importância de investir em ações de educação que beneficiem toda a sociedade

Em 2021, o iFood abraçou a causa da educação por acreditar que essa é a melhor maneira de construir um país mais próspero e menos desigual e de preparar novos talentos para o futuro do trabalho

Naquele ano, a empresa assumiu três compromissos públicos em educação: formar e empregar 25 mil pessoas de públicos sub-representados em tecnologia; capacitar mais de 5 milhões de pessoas para o trabalho do futuro e impactar 5 milhões de estudantes da rede pública até 2025.

Desde então, o iFood lançou diferentes programas na área de educação, tanto para entregadores —como a plataforma de cursos rápidos iFood Decola, que já emitiu 240 mil certificados para eles— como para o público geral, como o Potência Tech, focado na formação em tecnologia para pessoas de grupos sub-representados na área, que já distribuiu mais de 28 mil bolsas de estudo (confira aqui a linha do tempo com todas as ações de impacto social do iFood em educação). 

Mas por que a educação é importante para o iFood, que é uma empresa de tecnologia? Ninguém melhor do que Luanna Luna, head de educação do iFood, para responder a essa pergunta. 

Em entrevista ao iFood News, ela fala sobre os objetivos da empresa na área e do impacto positivo que essas ações querem causar no país.

iFN – Por que o tema da educação é tão importante para o iFood?

Luanna – Há duas raízes que precisamos considerar. Uma delas é termos buscado, em consonância com o movimento de muitas empresas, trazer mais diversidade e equidade para o universo corporativo. 

Isso envolve incluir mais pessoas negras, mulheres e pessoas de grupos sub-representados tanto na empresa como na sociedade e nos lugares de poder. O iFood tem compromissos nesta frente, mas enxergamos que só isso não seria suficiente para gerar uma transformação maior no país. 

Então, como grande pilar para gerar impacto social e dar oportunidades iguais para todos, a chave é a educação, que é um mecanismo de redução das desigualdades.

Por meio dela, principalmente focada em pessoas de baixa renda e de grupos sub-representados, trazemos mais oportunidades para que essas pessoas sejam inseridas no mercado, possam acessar os lugares de poder e tenham uma vida melhor.

“Como uma empresa brasileira de tecnologia, o iFood está no centro de um ecossistema com 200 mil entregadores e 300 mil estabelecimentos. Como despertar o potencial de todas essas pessoas que estão ao nosso redor? Pela educação.”

iFN – Por que o iFood assume esse papel mais abrangente, que envolve toda a sociedade?

Luanna – Queremos deixar um legado positivo para a sociedade. Queremos ser uma empresa de impacto positivo falando tanto das questões ambientais como sociais. 

Para além do papel que temos com nossos parceiros, fizemos uma reflexão profunda, com especialistas, sobre onde cabia mais o iFood no cumprimento de seu propósito de alimentar o futuro por meio da educação. 

Pela nossa história, o que temos de mais forte é a tecnologia. Mais de 50% da nossa empresa, hoje, é composta por profissionais de tech. O mundo vivencia uma falta de profissionais qualificados na área para atender à demanda das empresas. 

Por que, então, não alinhar nosso know-how —e levando em conta que todo profissional no futuro será um profissional de tecnologia— ao impacto social, entendendo que existe espaço no mercado, existem pessoas interessadas em se capacitar e ter essa transformação de vida?

Nosso compromisso de formar e empregar 25 mil pessoas de perfis sub-representados e/ou de baixa renda é um compromisso que gera um impacto profundo e a curto prazo, mas que, por si só, não resolve o problema do Brasil. 

“O que poderíamos fazer, então, para contribuir para uma jornada mais de longo prazo? Enxergamos que é investir na educação básica. Hoje fazemos um esforço grande para atrair pessoas para a carreira de tecnologia porque muitas nem sabem que existe esse caminho.” 

O ideal é trabalhar isso desde a idade escolar. Por isso temos projetos para investir na melhoria da educação básica, que sempre fazemos com um parceiro já especialista e conectado ao governo. 

Uma de nossas iniciativas mais relevantes é a Maratona Tech, uma olimpíada de tecnologia para despertar o interesse de alunos em idade escolar pela carreira em tech. 

Criamos esse projeto coinvestindo com outras empresas dentro do Movimento Tech, encabeçado pelo iFood e que reúne diversas empresas para investir R$ 100 milhões na capacitação de jovens na área de tecnologia até 2025.

Em síntese, temos um papel com o nosso ecossistema, em que olhamos de ponta a ponta, contando com uma vice-presidência só para os parceiros. E tem essa parte para a sociedade. 

Com os profissionais certos no mercado e as pessoas gerando renda, todos se beneficiam, temos os talentos de que precisamos, cresce o PIB do Brasil. A educação é a contribuição social do iFood para o Brasil. 

Nosso CEO, Fabricio Bloisi, tem uma crença: ele quer provocar uma mudança no mundo, para além do Brasil, e acredita que a educação é o caminho para isso. Ele foi nomeado porta-voz de educação do Pacto Global da ONU, o que fomenta e fortalece ainda mais essa pauta na empresa e inspira outros empresários e líderes a investir em educação.

iFN – Como o iFood apoia a educação dos seus parceiros?

Luanna – Um dos grandes focos, também em relação ao que a sociedade espera do iFood, está nos entregadores. Entendemos que precisávamos dar suporte a esses nossos parceiros em sua jornada de educação

Verificamos, por exemplo, que 28% deles não haviam concluído o ensino básico. Para apoiá-los, criamos o programa do Meu Diploma do Ensino Médio. Em 2022, oferecemos inicialmente 2.000 bolsas, que depois se ampliaram para 5.000. 

Em janeiro de 2023, tivemos o resultado de 950 aprovados e abrimos a segunda turma. Agora, todo entregador ou entregadora que quiser concluir o ensino médio terá acesso ao programa, basta se inscrever.

Nesse contexto de preparação para novas realidades estão também os restaurantes, que viram seu modelo de negócio ser transformado na pandemia. Do dia para a noite, tiveram que aprender a vender no digital, trabalhar com marketing digital, aprender a usar o app mesmo. 

Essa capacitação para o universo digital exige uma série de habilidades em novas ferramentas que compõem também esse futuro do mundo, que já é presente. A partir do olhar para os parceiros, criamos a plataforma do Decola, nosso programa de capacitação para entregadores e restaurantes. 

Em abril de 2021, começamos essa jornada de produção de conteúdos para que os parceiros do iFood consigam trabalhar conosco, gerar mais renda e aproveitar todas as oportunidades de crescimento. 

Há casos de restaurantes que passaram por um curso de funil de vendas e que, de R$ 300, passaram a vender R$ 4.000 no mês, além de abrir uma segunda unidade e já vender R$ 700 nessa nova loja. É uma ferramenta muito rápida de geração de renda.

iFN – Em 2022, o iFood se uniu a outras empresas, no Movimento Tech, para investir em educação. Qual é a importância desse movimento?

Luanna – A ideia é que o iFood seja esse veículo curador do mercado e consiga estabelecer as pontes. Que cada um invista onde tem mais interesse, mas que todos consigamos ver esse grande mapa dos gaps para articular melhor os investimentos necessários, da educação básica à empregabilidade, para que o Brasil seja uma grande potência tecnológica. 

“Não há saída para o gap de talentos em tecnologia a não ser essa união entre as empresas. O Movimento Tech e a Maratona Tech tangibilizam essa união. Um dos pilares do iFood é o de rede, para gerar de fato essa mobilização e articulação entre todos os atores.”

Em relação ao Movimento Tech, é preciso ainda ressaltar que, para participar, não precisa ser uma empresa tech, e sim uma empresa comprometida com a ideia de fazer do Brasil uma potência tecnológica. 

Hoje, 30 empresas integram o movimento. Queremos escalar bastante neste ano. São dois os principais projetos do movimento, nossos carros-chefe: a Maratona Tech, no despertar, programa que terá sua segunda edição em agosto deste ano, e o Potência Tech, para formação e empregabilidade na área de tecnologia. O Potência Tech nasceu no iFood e hoje o Movimento Tech coinveste no projeto.

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