Como o Movimento Tech vai investir em educação e tecnologia

Luanna Luna, head de educação do iFood, fala sobre essa parceria entre empresas em entrevista ao podcast Abrindo a Cozinha, da BandNews FM

O iFood acredita que, com educação, o Brasil pode virar uma potência em tecnologia. E que esse objetivo pode ser alcançado com a colaboração de muitas organizações, como foi feito no lançamento do Movimento Tech, em 2022.

O Movimento Tech é uma parceria entre empresas (entre elas o iFood e a XP) para levantar, até 2025, R$ 100 milhões para investir em projetos que acelerem a capacitação e a empregabilidade na área de tecnologia.

Em entrevista ao podcast Abrindo a Cozinha, da Rádio BandNews FM, a head de Educação do iFood, Luanna Luna, falou sobre as conquistas e os desafios do Movimento Tech. Confira, a seguir, os destaques da entrevista.

O objetivo do Movimento Tech

Luanna explica que a meta do movimento é combater um cenário de ausência de profissionais qualificados em tecnologia, o chamado apagão tecnológico. O diferencial do Movimento Tech é coordenar esforços para dar mais escala às ações por meio da inteligência coletiva.

Dessa forma, completa a executiva, é possível otimizar os investimentos dos parceiros envolvidos no projeto e acelerar o seu crescimento.

A oportunidade para isso está aí. Luanna ressalta que a pandemia de Covid-19 acelerou o processo de digitalização e aumentou a demanda por profissionais com conhecimentos em tecnologia. 

“Dados do Fórum Econômico Mundial mostram que 70% da economia vão vir de plataformas digitais”, disse ao podcast. “Não tem como seguirmos para um mundo do futuro, que já é presente, se não investirmos na capacitação das pessoas. É a isso que o Movimento Tech se propõe.”

Despertar o interesse por tecnologia

Um dos pontos levantados por Luanna é o de que o desenvolvimento das pessoas para o mercado de tecnologia envolve uma jornada que inclui desde a educação básica até a formação para a empregabilidade.

Para dar mais oportunidades de crescimento e atuação, iniciativas como o Movimento Tech, então, precisam atuar ao longo de todo esse caminho de qualificação.

Despertar o interesse em tecnologia, por exemplo, diz respeito ao acesso a um conhecimento técnico já na idade escolar, com o desenvolvimento de habilidades analíticas e em exatas. Trata-se de uma visão de médio e longo prazos acerca do problema.

“Noventa por cento dos alunos saem do ensino médio sem os conhecimentos básicos de matemática”, pontuou Luanna. “Está aí uma oportunidade de atuação.”

Também é importante que esses jovens “se reconheçam nas profissões de tecnologia”, salientou. “Hoje, se você for a uma escola pública, pouca gente vai saber que pode seguir uma carreira em tecnologia.”

Entre os esforços do Movimento Tech em educação básica, Luanna citou a Maratona Tech, voltada para estudantes do 9º ano do ensino médio. Na competição, “eles têm acesso, de forma lúdica, ao universo da tecnologia e passam a entender que esse caminho pode ser para eles”.

Formação e empregabilidade

Por sua vez, os projetos de formação e empregabilidade, priorizados por votação dos mantenedores, focam nas pessoas maiores de 18 anos, aliando essas iniciativas ao impacto social positivo.

“Levamos essa formação para pessoas de baixa renda e de perfil sub-representado, trazendo mais diversidade para a área”, contextualizou.

Outro aspecto da capacitação em tecnologia é o de uma eventual demanda de reforço dos estudantes em competências digitais básicas, necessárias atualmente para qualquer área de estudo ou trabalho.

“Existe um letramento digital. Há algumas etapas de funil para que as pessoas entendam se elas querem seguir por tecnologia, mas das habilidades digitais todos vão precisar.”

Conscientização das empresas

Se a diversidade na formação em tecnologia é uma das preocupações do Movimento Tech, Luanna refletiu ainda sobre a pouca variação de perfis nas áreas de tecnologia das empresas em geral.

“Dados mostram que, em média. um terço dessas áreas não tem sequer uma mulher, uma pessoa negra”, disse. “Sem diversidade, não temos a representatividade para a construção dos melhores serviços e produtos e o crescimento das empresas. Grande parte delas felizmente tem se atentado a isso.”

Luanna destacou que o olhar do iFood em relação a diversidade e inclusão é para dentro e para fora “de casa”.

A empresa assumiu compromissos públicos relacionados ao tema. “Nosso objetivo é o de ter, até 2023, 50% de mulheres colaboradoras, sendo 35% na alta liderança, e 40% de pessoas negras, sendo 30% em cargos de chefia.”

Por outro lado, o exercício inclusivo “fora de casa” é realizado “por meio da educação”: “levar as oportunidades de formação intencionalmente para pessoas negras e mulheres, para que consigamos acelerar esse processo de maior equidade”.

Potência Tech

A head de Educação finalizou a entrevista falando a respeito do Potência Tech, hub que destina bolsas de formação em tecnologia para pessoas sub-representadas e de baixa renda.

O projeto começou pelo iFood e mobilizou outras empresas, que já investiram nele mais de R$ 50 milhões.

“Quem tem interesse em tecnologia se cadastra, e constantemente vamos disponibilizando bolsas”, informou. “Já foram mais de 17 mil bolsas de estudo em tecnologia em mais de 18 escolas de referência de formação na área. Já temos mais de mil pessoas empregadas em tech que vieram desses programas.”

Muitos dos participantes, frisou, já conseguiram dobrar a renda familiar por conta da qualificação obtida pelo projeto.

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