A expressão economia sustentável vem na esteira de outros termos similares em alta nas discussões de grandes líderes mundiais. Assim, estima-se que a corrida pela sustentabilidade seja pauta crucial para pelo menos 70% das organizações em 2022.
Fala-se em corrida não à toa, afinal, os seres humanos operam em déficit ecológico desde 1970. O Dia de Sobrecarga da Terra é um marco para a data em que consumimos os recursos naturais previstos na capacidade de renovação do meio ambiente dentro de um ano.
Isso tem acontecido cada vez mais cedo. Em 2021, foi no dia 29 de julho. Uma piora nos índices, pois em 2020 houve melhora considerável, decorrente do isolamento social, quando o marco ocorreu no dia 22 de agosto.
A humanidade, sendo assim, usa os recursos naturais muito além do que poderia, e essa é a chave da questão. Será que existe uma capacidade que seria “saudável” e não esgotaria os recursos?
Portanto a economia sustentável pretende evoluir essa discussão bastante atual e se você gosta de estar bem informado sobre pautas contemporâneas relevantes, pode contar conosco.
Por fim, saiba o que é, a importância e os passos dados pelas pessoas e corporações que defendem o modelo de economia sustentável.
O que é economia sustentável?
Primeiramente, economia sustentável são as maneiras de pensar os processos relacionados à utilização de recursos necessários ao bem-estar, levando em conta a harmonia com a natureza. É um modelo que dentro do sistema predominante no ocidente – o capitalismo – visa o lucro, mas tem consciência de que os recursos são finitos.
Assim, dentro deste viés, alcançar desenvolvimento e bens de consumo é algo concomitante à preocupação com a preservação da natureza. A proposta é repensar a economia de maneira que não prejudique o equilíbrio ambiental.
No entanto, o conceito é amplo e possui diversas abordagens. Dessa forma, economistas vêm traçando as bases para uma descrição do conceito. Segundo a obra de Ignacy Sachs, economia sustentável é a alocação e gerenciamento de recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados.
Já para Ricardo Abramovay, autor do livro Muito Além da Economia Verde, a economia não deve se orientar por seu próprio crescimento, mas também por resultados reais de bem-estar social. Portanto, uma economia sustentável, segundo ele, deve reconhecer que existe um limite para a exploração dos ecossistemas.
Qual a importância da economia sustentável?
Diante dos escritos dos principais teóricos desse conceito, o que parece ditar a importância da economia sustentável é “reconhecer os limites”. Para Pavan Sukhdev, economista indiano, a terra deveria ser tratada como uma espaçonave com recursos finitos.
Em conferência realizada no dia 8 de dezembro de 2021 no evento Fronteiras do Pensamento, o presidente do World Wide Fund for Nature abordou o tema. De acordo com Sukhdev, viveu-se por muito tempo em uma “economia de caubói”, em que a sociedade fazia tudo o que podia.
Entretanto, ao alcançar os limites planetários, é preciso rumar a uma economia mais sustentável e igualitária para que as gerações futuras possam prosperar.
Além disso, a economia sustentável não é um conjunto de práticas restritas apenas ao setor financeiro. Todos os demais setores devem adotar práticas que visem o bem-estar coletivo.
É não só uma nova forma de encarar a economia, como uma nova maneira de agir e pensar diante de um cenário global preocupante. Essa “cultura sustentável”, com vários conceitos dos quais abordamos no nosso portal, é benéfica para o mundo todo.
Como colocar em prática a economia sustentável?
Foi em abril de 1987, na Comissão de Brudtland, onde surgiu o primeiro relatório onde se chegou à conclusão que novas práticas eram necessárias. No entanto, o padrão de consumo daquela época, que se intensificou até os dias de hoje, são prejudiciais para o futuro da sobrevivência humana.
A fim de colocar em prática a curto e médio prazo o que é uma demanda urgente e que vem de quase 40 anos, alguns movimentos são necessários. Um passo grande dos governos, empresas e ONGs que criem os parâmetros necessários e aqueles famosos passos pequenos, mas muito importantes, de cada cidadão no seu dia a dia.
E algumas dicas que vamos dar podem parecer beabá, contudo, são práticas extremamente importantes para essa cultura – e economia – mais sustentável, ainda ignoradas pela maior parte da população.
- Transporte: pensar na mobilidade urbana. Criar ciclovias e formas de condução que diminuam o número de carros nas rodovias. Uma das principais causas da poluição no ar são os veículos movidos a combustíveis fósseis.
- Energia: otimizar o uso de eletrônicos e cuidado diante de usos desnecessários de luz elétrica. Além disso, é importante aproveitar a luz natural e apostar em sistemas de energia renovável.
- Reciclagem: reutilização de embalagens, roupas, garrafas, entre outros materiais que podem ter novo caminho. O lixo é um dos grandes poluidores, podendo causar a poluição dos ares principalmente quando incinerados, além de poluir o solo e a água.
Exemplos de economia sustentável
Toda ação que leva em conta a finitude dos recursos e pensa no futuro das próximas gerações está dentro do viés sustentável. Exemplos de empresas sustentáveis procuram ferramentas inovadoras e que não sejam agressivas ao meio ambiente para a realização de tarefas do dia a dia.
Quase toda venda de produtos ocorre dentro de uma embalagem. Seja na compra no PDV físico ou via entrega. Uma empresa que quer seguir um modelo de economia sustentável pode, por exemplo, gerar embalagens reutilizáveis ou sem uso de plástico.
Considerando que o Brasil é o quarto maior produtor de lixo do mundo, a mudança que pode parecer pequena significa uma grande transformação. E temos que falar de ser exemplo também, afinal, quando propomos essa transformação, espera-se que cada vez mais instituições e pessoas se interessem pela sustentabilidade.
Qual tipo de economia é mais sustentável?
É cedo ainda para se falar em economia mais ou menos sustentável. Com o conceito ainda se dissipando entre a sociedade, diferentes modelos vêm surgindo e podem assumir esse posto de “mais sustentável”.
O que se pode fazer, portanto, é citar os exemplos já consolidados para serem seguidos. A economia circular propõe uma nova maneira de fabricar e consumir produtos. Pretende-se com ela estender ao máximo a vida útil dos produtos e incentivar o reuso para a redução de lixo.
Economia sustentável em tempos de globalização
O dano causado na terra é feito em pequenas parcelas de indivíduos ou grupos em seus territórios. O planeta, no entanto, acaba sofrendo o acúmulo desse dano e não é apenas de ações individuais que o panorama deve mudar.
Dessa forma, a linha seguida pelo pensador francês Félix Guattari defende o surgimento de uma revolução política, social e cultural, a qual reorganize a produção de bens materiais e imateriais.
Claro que, como já dissemos antes aqui, cada um fazer sua parte é importante dentro da economia sustentável. Ainda assim, a crise ecológica que estamos vivendo depende de ações planetárias. E é por isso que vemos movimentos mais frequentes da ONU com os líderes mundiais acerca de temas da sustentabilidade e do clima.
Por um lado, a globalização acelerou os avanços do desenvolvimento dentro do capitalismo e, consequentemente, a poluição e uso de recursos. Por outro, ela pode propiciar que o uso da tecnologia pelas grandes potências resultem em soluções pontuais.
Desenvolvimento sustentável e economia verde: qual a diferença?
Desenvolvimento sustentável é a capacidade de suprir as necessidades de toda a população em vida sem comprometer as necessidades da geração futura. É uma forma de se desenvolver com planejamento e consciência, sem agredir o meio ambiente e salvaguardar os recursos.
Já a economia verde é um conceito mais amplo. A ideia central é de que o conjunto de processos de produção no mundo contribuam para os ideais sustentáveis, tanto nos aspectos sociais, quanto nos ambientais.
No Brasil, uma série de programas está em andamento ou em criação para a conscientização de uma economia verde mais inclusiva.
Economia sustentável no Brasil: desafios e oportunidades
O Brasil é um país riquíssimo em recursos naturais e é um desafio saber aproveitar esse potencial energético de forma responsável. Sendo assim, é dever das instituições sediadas aqui ligar o sinal de alerta para que possamos reverter quadros desfavoráveis, como estar no quarto lugar do ranking de emissão de gases poluidores no mundo.
No pilar dos projetos sustentáveis do iFood está o iFood Regenera, que engloba um plano de impacto ambiental positivo com metas a serem cumpridas até 2025. O objetivo é acabar com a poluição plástica de todas as operações do delivery e tornar-se uma empresa neutra na emissão de carbono (CO2).
Ao assinar o Pacto Global da ONU, reafirmamos o compromisso com o modelo de economia sustentável. Por fim, aqui no iFoodNews, você pode acompanhar uma série de projetos na esteira desse desígnio, como novos modelos de entrega e maneiras de substituir o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis.
