Investimentos ESG têm se tornado tendência no mercado. Uma das razões para isso é que os próprios consumidores passam a se preocupar com o desenvolvimento sustentável das empresas, suas iniciativas socioambientais e de governança.
Mas, afinal, o que são os investimentos ESG?
São aqueles que aliam a rentabilidade dos investidores a práticas de sustentabilidade que contribuem para um mundo melhor.
Assim, eles se relacionam à compra de ativos financeiros de empresas que desenvolvem políticas de proteção ao meio ambiente, em favor de causas sociais e de governança corporativa.
Por sinal, é a esses aspectos que se refere a sigla ESG. Em inglês, ela significa environmental, social and corporate governance, ou, na tradução livre para o português, práticas ambientais, sociais e de governança.
No cotidiano dos negócios, os investimentos ESG se preocupam em gerar impactos positivos para a sociedade e o meio ambiente no longo prazo. Quem opta por eles também preza a transparência das informações relacionadas a práticas e resultados corporativos.
O foco dos investimentos ESG
Os investimentos ESG miram empresas que realizam ações positivas de responsabilidade socioambiental.
Como exemplos dessas práticas na seara ambiental, é possível mencionar a redução de emissões de gases de efeito estufa, a economia de recursos como água e energia nas atividades produtivas e o descarte consciente de resíduos.
No que diz respeito a questões sociais, o foco dos investimentos ESG são organizações que, entre outras iniciativas, respeitam as condições de trabalho dos próprios funcionários, apoiam comunidades locais, como as indígenas, e defendem causas ligadas à diversidade.
Nesse último quesito, destacam-se empresas que criam políticas visando ao bem-estar de mulheres, pessoas negras e da população LGBTQIAP+, por exemplo.
Sobre governança, os investidores ESG estão de olho na transparência de processos e relações com fornecedores, bem como em auditorias frequentes e em práticas anticorrupção.
Como acontece no Brasil
Por aqui, muitas empresas já adotam boas práticas ESG e estão listadas na Bolsa de Valores.
Algumas gestoras de fundos de investimento, inclusive, aplicam exclusivamente nessas corporações. Os interessados encontram opções tanto na renda fixa como na renda variável.
Na hora de prospectar alternativas de investimento, é possível identificar quais princípios ESG se relacionam aos ativos disponíveis.Há empresas, por exemplo, que se dedicam a reduzir sua pegada de carbono. Outras maximizam a presença de mulheres em seus quadros diretivos. Iniciativas de suporte a pessoas em situação de vulnerabilidade social também é um critério a ser pesquisado.
Fundos de investimentos ESG
O mercado brasileiro já conta com fundos que aplicam quantias exclusivamente em ativos ESG.
Além deles, os investidores podem optar por comprar diretamente na Bolsa ações de empresas com iniciativas ESG.
O leque de alternativas não para por aí. Debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários, os CRAs, fazem parte do cardápio da modalidade de renda fixa.
Para financiar projetos de impacto socioambiental positivo, muitas empresas emitem títulos de dívida temáticos ESG. Eles também são alvo de investidores.
Foco na lucratividade
Claro que quem pretende apostar fichas no mercado de capitais, ainda que seja movido por ideais de sustentabilidade, vai fazer aquela perguntinha básica: os investimentos ESG dão lucro?
Sim, eles também têm o objetivo de ser rentáveis. Mas, como em qualquer segmento de negócio, suas operações envolvem riscos que logicamente afetam seus investidores.
No entanto, esses riscos costumam ser menores que os enfrentados por empresas que não têm o ESG na pauta.
E como isso é possível? Pelo fato de que enfrentam menos percalços com questões de governança, normas ambientais e processos trabalhistas.
Além disso, por atuarem orientadas por valores ESG, acabam atraindo mais clientes e mais investidores. Dessa forma, potencializam sua saúde financeira e tendem a ser mais lucrativas.
Dicas contra o greenwashing
Na seara dos investimentos ESG, é importante ficar atento para não comprar gato por lebre, como diz o velho ditado.
Afinal, existem também aquelas empresas que falam muito e fazem pouco ou quase nada em termos de impacto socioambiental positivo.
O mercado até criou um termo para isso: greenwashing. A expressão, que em português se traduz por banho verde ou lavagem verde, refere-se à prática de divulgar dados e informações de atuação ESG que não correspondem à realidade das ações das companhias que os anunciam.
Dessa forma, não basta uma empresa dizer que é a que menos emite gases de efeito estufa em seu segmento.
Uma declaração dessas, que pode ser um grande chamariz para investidores ESG, precisa ser comprovada com estudos, auditorias independentes e relatórios criteriosos de responsabilidade ambiental.
Logo, a dica para quem busca investimentos ESG é pesquisar mais a fundo esses documentos.Selos verdes também ajudam a identificar empresas que possuem de fato um alinhamento consistente com os princípios ESG. Eles são certificações que destacam o caráter de responsabilidade socioambiental e de governança na atuação da companhia.
